Com duas grandes velas metálicas de até 37,5 metros de altura, “bons ventos” trouxeram o graneleiro Pyxis Ocean até a Baía de Paranaguá, no litoral paranaense, onde a embarcação com propulsão eólica permanece fundeado desde sexta-feira (15), com previsão de carregamento de 63 mil toneladas de farelo de soja a partir do próximo sábado (23), quando será atracada no Porto de Paranaguá. O destino da carga será o continente europeu.
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O Pyxis Ocean é o primeiro navio a ser readaptado com duas WindWings, instaladas no convés dos cargueiros para aproveitamento da energia eólica. A nova embarcação, da Mitsubishi Corporation e fretada pela Cargill, economiza até 30% de combustível, o que pode ser ainda maior se utilizado em combinação com combustíveis alternativos.
“Temos a responsabilidade de ser pioneiros em soluções de descarbonização em todas as nossas cadeias de fornecimento para satisfazer as necessidades dos nossos clientes e do planeta. Uma tecnologia como WindWings não vem sem riscos e, como líder do setor, em parceria com o visionário armador Mitsubishi Corporation, não temos medo de investir, assumir estes riscos e ser transparentes com nossas aprendizagens para ajudar nossas parcerias na transição naval a um futuro mais sustentável", declara o presidente Unidade de Transporte Naval da Cargill, Jan Dieleman.
O projeto WindWings é financiado conjuntamente pela União Europeia com objetivo de procurar uma solução para descarbonização dos navios existentes, uma preocupação do setor que possui 55% das frotas de graneleiros do mundo com até nove anos de uso.
Segundo a assessoria de imprensa da Cargill, a BAR Technologies e a Yara Marine Technologies são responsáveis pelo desenvolvimento da estrutura metálica e planejam a construção de centenas de velas nos próximos quatro anos. "Se a navegação internacional deseja conquistar sua ambição de reduzir emissões de CO2, a inovação deve vir à tona. O vento é um combustível quase marginal e sem custos, e a oportunidade de reduzir emissões, junto com ganhos significativos de eficiência em custos operacionais dos navios, é substancial”, ressalta John Cooper, diretor executivo da BAR Technologies.
Em maio do ano passado, o Porto de Paranaguá já havia recebido o navio MV Afros, também graneleiro e que usava velas rotatórias para ajudar na propulsão e reduzir o consumo de combustível. A economia pode chegar a 12,5% por causa dos rotores que giram com a passagem do vento e ajudam na impulsão da embarcação.
Segundo a assessoria de imprensa, a Portos do Paraná é signatária do Pacto Global da ONU e tem se destacado por atrair embarcações que estejam alinhadas na busca pela redução de emissão de gases do efeito estufa. "É com grande alegria que rebemos essa nova embarcação, fruto da nossa produtividade comercial e do nosso compromisso ambiental reconhecido internacionalmente", disse o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
A operação com o inovador Pyxis Ocean vai ocorrer no Corredor de Exportação Leste do Porto de Paranaguá, que nos primeiros oito meses deste ano movimentou 15,3 milhões de toneladas de grãos (soja e milho) e farelo de soja. Essa movimentação representa um crescimento de 17,5% se comparado ao mesmo período de 2022. Apenas de soja em grão, o Corredor Leste embarcou 9,2 milhões de toneladas, quase 26% a mais contra o ano de 2022. Ao mesmo passo, o farelo de soja obteve crescimento de 5% e o milho 8,5%.
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