O nível dos quatro reservatórios que formam o Sistema de Abastecimento de Água Integrado de Curitiba (SAIC) ultrapassou 70% (72,32%), em média, nesta sexta-feira (7). O número traz um alívio para a população da capital e região que, há exatamente um ano, em 7 de janeiro de 2021, via uma média de 40,94% no SAIC. Nesta sexta-feira (7), o nível mais baixo foi registrado na barragem Passaúna, 62,42%. Por outro lado, na barragem Piraquara 2, o nível chegou a 90,24%. Os outros dois reservatórios do SAIC estão com 72,13% (barragem Iraí) e 77,38% (barragem Piraquara 1).
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De acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), a estiagem de dezembro castigou mais os municípios da região Oeste. A localização geográfica beneficiou Curitiba. No último mês de 2021, a capital registrou precipitação acumulada de 120 milímetros (mm) no período, apenas 7 mm a menos do que a média histórica.
Apesar disso, permanece o rodízio de água feito pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). Após um intervalo no esquema de rodízio entre final de 2021 e início de 2022, a Sanepar retomou o modelo de 60 horas de abastecimento por 36 horas de interrupção na última terça-feira (4) e não há uma data definida ainda para o fim do racionamento.
Questionada pela Gazeta do Povo nesta sexta-feira (7), a Sanepar reforçou que o plano é suspender o rodízio apenas quando se atingir uma média de reservação de pelo menos 80%. Ou seja, ainda que o cenário tenha melhorado, na comparação com janeiro do ano passado, a Sanepar não considera que 70% seja suficiente para voltar à normalidade. “A Sanepar trabalha com os cenários mais conservadores para garantir abastecimento, mesmo que em formato de rodízio”, admite a estatal.
De acordo com a companhia paranaense, a opção por aguardar a média de 80% é uma decisão técnica que leva em conta níveis históricos de reservação, de consumo e também previsões meteorológicas. "Historicamente, os níveis dos reservatórios sempre estiveram acima de 90%, algumas vezes mais próximos dos 80%", explica a Sanepar.
Em janeiro de 2019, por exemplo, o nível médio do mês foi de 82% - o mais baixo daquele ano; em janeiro de 2020, o nível médio do mês foi de 81%. Nos dois períodos, não havia rodízio. A situação de emergência hídrica foi decretada pelo governo do Paraná em maio de 2020.
“O rodízio é um mecanismo de proteção dos níveis mínimos de reservação para assegurar regularidade no abastecimento em situação de crise hídrica, como esta que afeta o Paraná há cerca de dois anos. Projeções da Sanepar mostram que, sem o rodízio, sem a contribuição da população com o uso racional da água e sem as medidas adotadas pela companhia para aumentar os níveis dos reservatórios, o sistema teria entrado em colapso em outubro de 2020, quando teria chegado a níveis tão baixos que inviabilizariam o abastecimento da região metropolitana de Curitiba”, analisa a Sanepar.
O primeiro decreto de emergência hídrica - instrumento que permite a adoção de medidas como o rodízio por parte das empresas de abastecimento - tinha validade de 180 dias, mas foram feitas prorrogações consecutivas. Em 22 de dezembro de 2021, o governo estadual assinou o sexto decreto, mantendo a situação de emergência hídrica por mais 180 dias.
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