Em coletiva realizada no fim da manhã desta segunda-feira (15) na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, a delegada Tahiana Guzella compartilhou vídeos que mostram momentos antes da morte de Phelipe Lourenço, encontrado desacordado em uma área de divisa entre a Pedreira Paulo Leminski e a Ópera de Arame após o fim de uma festa ocorrida no último sábado (13).
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Em um dos vídeos, perto das 23h40, já fora da Pedreira, com o show finalizado, o estudante de engenharia mecânica aparece pulando o muro e entrando novamente no local, onde caminha cambaleando e sofre diversas quedas. Ele segue caminhando até um beco escuro, em direção ao lago que fica no complexo, onde foi depois encontrado desacordado.
Segundo a delegada Tathiana Guzella, foi constatado que a vítima caminha quase sempre sozinha e se direciona para a parte do lago da Pedreira. "Os investigadores, pela manhã, refizeram o trajeto. De noite tinha uma barreira, então acreditamos que ele tenha pulado e caído de um pequeno penhasco que dá no lago", disse ela.
A linha de investigação de homicídio não ganhou novos elementos, segundo ela, visto que, embora o laudo de necropsia ainda não esteja pronto, na declaração de óbito informou-se que foram encontradas lesões no joelho direito, condizentes com as três quedas vistas no vídeo.
"A causa da morte aparece como afogamento, sem marcas no pescoço da vítima, porém com lesões compatíveis com a do socorro posterior, realizado por pessoas que o tiraram do lago, visto que saiu dali ainda com vida", disse ela.
Neste primeiro momento, segundo ela, não há indícios de homicídio, porém técnicos e peritos do Instituto de Criminalística e investigadores de polícia estão no local, verificando blocos de imagens filmadas, além de faltar ouvir profissionais como da ambulância e o amigo que o ajudou a entrar novamente na Pedreira, havendo ainda muita informação a ser colhida.
Questionada sobre a atitude da família de Phelipe, que não estaria aceitando a versão de que se trata de um acidente, pois ele teria marcas no pescoço e nos braços, a delegada explicou que "a necropsia não está pronta, apenas a declaração de óbito e que há lesões corporas ocorridas em vida e post-mortem. Além das ocorridas em vida, salvo engano as do joelho, haveria marcas corporais típicas de uma fricção buscando acionamento do coração e dos pulmões, durante o salvamento", disse ela.
Organizadora soltou nota sobre vídeos
A organizadora do Muvuca Festival, que aconteceu no último sábado (13) na Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba, publicou no fim da noite deste domingo (14) uma segunda nota oficial em que cita que as imagens registradas pelas câmeras de monitoramento mostram que "não foram encontrados sinais de confronto ou agressão contra o jovem".
Segundo a King of Vegas, após o encerramento do evento e saída total do público "o jovem retornou ao Complexo da Pedreira, pulando o muro lateral externo e se dirigindo a uma área de acesso restrito que faz divisa com a Ópera de Arame, local onde ocorreu a queda". A empresa diz que "as equipes policiais poderão, por meio das imagens, elucidar o fato ocorrido de forma adequada", cita a nota retirada das redes sociais. Segundo a organizadora, as imagens já estão com as autoridades para investigação.
A organizadora afirma ainda que no mesmo instante em que foi identificado o acidente, as equipes de socorristas prestaram os atendimentos emergenciais e "deslocaram o jovem ainda em vida até o hospital mais próximo por meio da ambulância presente no local".
Acidente, briga ou homicídio?
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Curitiba iniciou a investigação das circunstâncias da morte de Phelipe Francisco Lourenço, de 24 anos, que participou de uma festa universitária na Pedreira Paulo Leminski que teve início no sábado (13) e terminou na madrugada de domingo. O estudante foi encontrado desacordado no lago da Ópera de Arame e encaminhado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu e morreu.
De acordo com a DHPP, o médico que fez o atendimento apontou uma parada cardíaca como causa da morte do jovem. Os familiares de Phelipe, porém, afirmam que o jovem teria sido agredido e jogado no lago. Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde informou que o jovem foi encaminhado à UPA do Boa Vista, mas chegou morto ao local. Phelipe era estudante de Engenharia Mecânica e morava com a mãe no bairro Ahú.
Amigos de Phelipe estiveram na manhã deste domingo na frente da Pedreira Paulo Leminski em busca de informações sobre o ocorrido. A ideia era realizar também uma manifestação pedindo justiça, mas ao receberem a notícia que a Ópera de Arame – local onde foi encontrado o corpo da vítima – iria abrir ao público após a morte do amigo, houve um quebra-quebra. Vidros da loja que vende artesanatos e produtos relacionados a Curitiba foram quebrados.
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