A intenção do ex-deputado federal Ricardo Barros (PP), de disputar uma possível eleição suplementar para o Senado pode ser frustrada caso a esposa dele, a ex-governadora Cida Borghetti (PP) seja indicada para a presidência da Caixa Econômica Federal (CEF). Com isso, o atual secretário estadual de Indústria e Comércio do Paraná deixaria de concorrer para a vaga, que só seria aberta após uma possível condenação de Sergio Moro (União Brasil), contra quem há ações em trâmite no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR).
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O cenário de troca no comando do banco estatal tem se tornado cada vez mais possível por conta da pressão que o Centrão vem fazendo por uma reforma ministerial no governo Lula (PT). A atual presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Rita Serrano, minimizou que pode ter de deixar o cargo para dar lugar a algum indicado de partido político para aumentar a base no Congresso, mas criticou a pressão que vem sofrendo, que acaba desgastando a própria imagem do governo.
“Para as mulheres, para os diferentes ocuparem espaços de poder, nós temos que ser muito teimosos. Muito teimosa. Porque se não for, não tem jeito. Como eu sou muito teimosa, vocês fiquem tranquilos, que eu tô aqui e vou continuar trabalhando muito”, declarou Serrano durante cerimônia na Caixa Cultural, em Brasília, na última quinta-feira (27).
Para Ricardo Barros, cenário de movimentações "não passa de especulações"
O Centrão integra o superbloco formado na Câmara pelo PP do presidente Arthur Lira (AL), União Brasil, PDT, PSB, Avante, Solidariedade, Patriota e pela federação PSDB-Cidadania; o grupo quer maior participação no governo Lula, como forma de garantir a implementação de suas pautas e interesses. O bloco sustenta que o apoio à reforma tributária, considerada crucial para o país, merece uma compensação adequada em termos de poder e influência. Afinal, dos 382 votos a favor da reforma, 148 vieram desses partidos.
Tal compensação envolveria a nomeação de Cida Borghetti para o comando da Caixa. Em contrapartida, Barros renunciaria a uma possível candidatura à vaga no Senado para apoiar a presidente nacional do PT e deputada federal pelo partido no Paraná, Gleisi Hoffmann, como substituta de Moro no Congresso Nacional.
Em resposta à Gazeta do Povo, Ricardo Barros afirmou que toda essa movimentação "não passa de especulação". Procurada pela reportagem, Gleisi Hoffmann ainda não enviou resposta. O espaço segue aberto para manifestações.
Outros políticos seguem de olho em possível vaga de Moro no Senado
Outro político que está de olho em uma possível vaga aberta pela cassação de Sergio Moro é o deputado estadual Requião Filho (PT-PR), que também desenha articulações. “No caso da cassação do Moro, eu quero ser candidato. Só abro mão de disputar com Roberto Requião”, diz, referindo-se ao pai, ex-senador e ex-governador do Paraná.
Requião Filho acha importante buscar espaço no partido, mas não se furtará em disputar prévias com nomes como Gleisi Hoffmann e Zeca Dirceu. “Roberto Requião é mais conhecido e consolidado na política, mas entre os outros candidatos do PT eu teria uma rejeição menor. É uma questão de conjuntura e momento político”, acredita.
O PL, ingressante da ação que tramita no TRE-PR, mantém o foco em Paulo Martins. Os advogados do partido acreditam que ele assume a cadeira temporariamente até a conclusão das eleições suplementares, com base em entendimento do STF sobre o tema. Depois, o caminho mais certo é que siga sendo o nome a concorrer em um possível novo pleito.
Alvaro Dias (Podemos-PR), terceiro colocado nas eleições para o Senado em 2022, não respondeu ao contato da Gazeta do Povo. Mas o presidente do Podemos no Paraná, Gustavo Castro, disse que o partido não trabalha e nem se planeja "a partir de especulações". Ele reforça que o Podemos aguarda a decisão da Justiça para só depois debater quaisquer cenários e candidaturas possíveis. "Alvaro Dias é, sem dúvida nenhuma, o maior expoente e o maior patrimônio da política paranaense, faz muita falta ao Brasil neste momento tão conturbado da nossa nação, mas o assunto só será debatido após a decisão do TSE", afirma Castro.
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