Ao definir, na última quarta-feira (12), mais uma semana de bandeira laranja de risco da Covid em Curitiba a secretária municipal de Saúde, Márcia Huçulak, advertiu que “se não houver colaboração da população, corremos o risco de ter de voltar à bandeira vermelha”. Longe de ser uma ameaça, a afirmação da secretária mostra uma preocupação com os dados da pandemia no município, que vêm apresentando uma tendência sólida de alta nos últimos dias.
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A última vez que Curitiba entrou na fase vermelha da pandemia foi em 19 de março. Naquele dia, a taxa média de transmissão da Covid – chamado de índice Rt – foi estimada em 0,99. Na prática, naquele momento um grupo de 100 pessoas estaria transmitindo a doença para outras 99 pessoas. O índice se encontra no limite a partir do qual seria possível estimar uma futura redução na velocidade do contágio.
Já os dados mais recentes da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba mostram que esse índice Rt foi estimado em 1,06 no último dia 7 de maio. A tendência é de aumento na velocidade de contágio, e é até mesmo menor do que a estimada por outras ferramentas. A Universidade Federal do Paraná tem seu próprio sistema de cálculo de Rt, e mostra que o índice em Curitiba da última quinta-feira (13) estaria em 1,10. Com a margem de erro de 0,08, o cálculo mostra que na capital um grupo de 100 pessoas contaminadas pelo novo coronavírus teriam potencial de infectar até 118 outras pessoas.
Curitiba somava no último dia 13 cerca de 7,5 mil pacientes com potencial de transmissão da Covid – são os chamados casos ativos. Este número é 24% maior do que o verificado há duas semanas, e segue no mesmo ritmo de crescimento dos casos confirmados diariamente pela secretaria: quase 700 novas infecções a cada dia.
O “aumento galopante do número de novos casos”, percebido pela secretária de Saúde de Curitiba, acaba tendo como pior consequência as mortes causadas pela Covid. E é neste quesito que reside a maior semelhança entre o período que antecedeu a bandeira vermelha de março e o que a capital paranaense passa atualmente. Nos 13 primeiros dias daquele mês, Curitiba teve um acumulado de 284 mortes. No mesmo período de maio a soma já chega a 300 óbitos.
“Em quinze meses de pandemia tivemos várias ondas. Tudo indica que estamos indo para uma quarta. Nossa expectativa com a bandeira é de baixar os casos. Temos uma transmissão de 1,06, um aumento de procura nas unidades básicas, aumento de exames positivados. Ou seja, todo aquele ciclo que vivemos no passado. É horrível, mas, na próxima quarta-feira, se não houver mudança no perfil, vamos novamente para a vermelha”, alertou a secretária de saúde em entrevista ao jornal Meio Dia Paraná, da RPC na última quinta-feira.
Após alerta do leitor Marcio Mafra, a quem agradecemos, pela ferramenta fale conosco, a reportagem conferiu e corrigiu os números sobre mortes em Curitiba, nos primeiros treze dias de março e de abril. Os números que constavam antes, de 1804 mortes (março) e 1788 (abril), são dados de todo o Paraná. Os dados da capital, já corrigidos na matéria, são de 284 e 300 mortes.
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