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Dalton Trevisan
Dalton Trevisan deixa legado de 80 anos dedicados à literatura.| Foto: Ilustração Osvalter Urbinati Filho/Gazeta do Povo

Morto aos 99 anos no início desta semana, o contista curitibano Dalton Trevisan escapou das homenagens e celebrações que já estão em fase de preparação para marcar seu centenário, em junho de 2025. Destaques são duas empreitadas de fôlego: uma nova adaptação de Dalton para o teatro e o relançamento de sua obra completa, em nova editora. 

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“Escapou” porque o escritor fazia jus ao apelido (tomado de empréstimo da própria obra) e, como bom “vampiro”, era avesso a aparições públicas. Defendeu por décadas que o interesse do público deveria estar voltado exclusivamente à sua produção literária que, agora, estará sozinha no centro das atenções, sem mexericos relacionados à pessoa do autor. 

Primeira comemoração já com data no calendário é a estreia da peça “Daqui Ninguém Sai”, confirmada na programação do Festival de Curitiba 2025, em março. A nova montagem do Teatro de Comédia do Paraná (TCP) teve título definido pelo próprio Dalton Trevisan e tem direção geral de Nena Inoue. 

Como atriz, ela participou da primeira adaptação do escritor paranaense para o teatro (“Mistérios de Curitiba”, de 1990, dirigida por Ademar Guerra) e esteve em contato direto com a obra de Dalton Trevisan ao longo de toda a carreira, atuando ou dirigindo. “O que buscamos foi trazer a essência dos personagens do Dalton, dando visibilidade aos invisíveis, como ele fazia em suas histórias. Temos muito a trabalhar, com esse legado imenso que ele nos deixou”, afirmou a diretora quando da morte do escritor, falecido na segunda-feira (9). 

Ainda de acordo com Inoue, a peça deve trazer perspectiva inédita e contemporânea da obra de Dalton. "Pretendo falar sobre o Dalton de hoje, trazer seu olhar sobre a cidade hoje, porque ele sempre esteve antenado e nunca parou de produzir", afirmou. Após a estreia no Festival, a peça terá uma temporada no Guairinha, em Curitiba, e o Centro Cultural Teatro Guaíra pretende levar a montagem para outras cidades paranaenses e também para outros estados. 

Peça adaptada de obra de Dalton Trevisan deve trazer perspectiva inédita e contemporânea.
Peça adaptada de obra de Dalton Trevisan deve trazer perspectiva inédita e contemporânea.| Kraw Penas/Secretaria da Cultura do Paraná

Outro grande acontecimento previsto para as celebrações do centenário do “vampiro de Curitiba” é o relançamento da obra completa do escritor. A reedição foi anunciada em novembro pela editora Todavia, após 46 anos da relação de Dalton Trevisan com a Record, que tinha os direitos de publicação do contista desde 1978. 

Ao longo da trajetória na literatura, Dalton Trevisan publicou cerca de 50 títulos. Os primeiros a serem lançados pela nova editora devem chegar ao mercado em junho, como parte das homenagens ao centenário. 

Também estão previstas exposições em homenagem a Trevisan na Biblioteca Brasiliano Mindlin, na USP. O Instituto Moreira Salles que anunciou, nesta terça-feira (10), o recebimento do acervo do escritor após a morte dele, mas até o momento não há previsão de realizar uma exposição dedicada ao autor paranaense. A doação foi formalizada ainda em julho, de acordo com o instituto.

Atualização

Este conteúdo foi atualizado após informação do Instituto Moreira Salles que confirmou ter recebido itens do arquivo do escritor no acervo, mas corrigindo a informação de que ainda não há previsão de realizar uma exposição dedicada ao autor paranaense.

Atualizado em 13/12/2024 às 12:56
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