No noticiário da pandemia de Covid-19, muita gente se intriga quando a ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Sistema Único de Saúde (SUS) exclusivos para tratamento da doença supera os 100%. Em Curitiba, isso aconteceu em alguns dias nas últimas semanas: em 22 de março, por exemplo, o patamar chegou a 102%; no dia 18, a ocupação em UTIs exclusivas atingiu 100,2%, data em que as internações em enfermarias ficaram em 101%. Mas o que exatamente isso significa?
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Segundo Pedro Almeida, diretor do Departamento de Urgência e Emergência da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a taxa de ocupação dos leitos SUS de Covid-19 “é um retrato do momento”.
“Fazemos (o levantamento) pela manhã e passamos esse compilado. O que acontecia é que, se havia dez leitos e um estava desocupado (no momento da contabilização), era computado como 90%, mas o que acontecia é que já estava vindo alguém da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) para ocupar esse leito. Isso levou algumas famílias a questionar: como dizem que está faltando leito se na TV disseram que a ocupação está em 90%?”, explica o diretor.
De acordo com Almeida, pessoas na fila de espera em trânsito para internamento em UTI passaram a ser computadas para calcular a taxa de ocupação. Outra questão é que leitos de outras especialidades também foram utilizados para tratamento de pacientes com Covid-19. Esses dois dados fizeram com que a taxa ultrapassasse os 100% em alguns momentos.
“Durante o período da bandeira vermelha (em março), com o toque de recolher, as internações por traumas diminuíram, o que permitiu o uso desses leitos”, relata o diretor. Nos últimos dias, segundo os dados da SMS e da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a taxa de ocupação no SUS tem se mantido abaixo de 100% tanto em Curitiba como no Paraná como um todo. Para Almeida, isso é resultado das restrições adotadas em março.
“As medidas sanitárias demoram de 14 a 21 dias para gerarem resultados nas estatísticas, por isso estamos vendo nesta semana (taxas abaixo de 100%). Também estamos fazendo a ampliação de leitos Covid-19, que foram de 374 no final de dezembro para 517 no final de março (em Curitiba)”, justifica.
Entretanto, como os números de mortes e infectados permanecem altos, a situação evidentemente não permite relaxamento, aponta o diretor. “Independentemente da vacina, temos que lembrar que somos vítimas e vetores. Somos nós que transmitimos o vírus. Então, as medidas sanitárias, como distanciamento social e higiene, precisam continuar”, finaliza.
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