A Ordem dos Advogados do Brasil, seção Paraná (OAB-PR), pediu nesta quarta-feira (20) a renúncia imediata de Ademar Traiano (PSD) dos cargos de deputado estadual e de presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
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Em Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) - firmado com o Ministério Público do Paraná e homologado pelo Poder Judiciário - Traiano confessou a negociação e o recebimento de propina de R$ 100 mil do empresário Vicente Malucelli para renovação do contrato de serviços da TV Assembleia, em 2015. Nesta semana, uma série de reportagens da RPC TV e do G1 revelou diálogos gravados por Vicente Malucelli e vídeos da delação do empresário e de depoimentos de outras testemunhas. O caso segue em sigilo de justiça.
“Diante da divulgação de mais elementos que evidenciam a obtenção de vantagem indevida por parte do presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Deputado Ademar Traiano, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado do Paraná, vem a público repudiar práticas comprovadas de corrupção e reiterar o apelo para que ele renuncie imediatamente aos cargos de liderança e representação que ocupa”, diz a nota publicada pela direção da OAB-PR.
No posicionamento público, a OAB afirma que também enviou ofício a Traiano, com o mesmo pedido de renúncia. “Tal medida visa salvaguardar a dignidade e o decoro do Poder Legislativo paranaense, fundamental para a manutenção da ordem democrática e da confiança pública nas instituições”, diz a nota.
“Não me sinto representado”, diz prefeito de Palmas
No mesmo dia da manifestação da OAB, o prefeito Kosmos Panayotis Nicolaou (PSD), de Palmas, no sudoeste do Paraná, enviou ofício ao governador Ratinho Junior, presidente do PSD no Paraná, a respeito de Traiano. “A Prefeitura de Palmas se sente constrangida com os fatos expostos e não se identifica representada por este tipo de situação e de político”, diz o texto.
Nascido em Francisco Beltrão, Traiano tem base eleitoral nos municípios do sudoeste do estado. “Se torna um tanto contraditório, o agente político que tem a função de fiscalizar, ter atitudes que coloquem em xeque sua postura perante a sociedade, em especial, junto dos Municípios que diz representar” afirma o prefeito no ofício.
Cronologia do caso envolvendo Ademar Traiano (PSD)
A TV Icaraí, do grupo J. Malucelli, vence licitação para produção de conteúdo para a TV Assembleia.
Segundo Vicente Malucelli, à época responsável pela Icaraí, o pedido de propina de R$ 300 mil foi feito pelo deputado Ademar Traiano. Plauto Miró estava presente na reunião.
J. Malucelli é mencionado em desdobramento da Lava Jato que trata de desvios em Fundos de Investimentos da Caixa Econômica Federal.
A J. Malucelli é implicada nas operações Integração, Buona Fortuna e Piloto. Em setembro, na operação Rádio Patrulha, do Ministério Público Estadual, o empresário Joel Malucelli é preso.
Empresas do grupo J. Malucelli, incluindo a TV Icaraí, fecham acordo de leniência com o MPF e o MP-PR, confessando ter participado de atos ilícitos.
Com o avanço das investigações, Traiano e Miró assinam um acordo em que admitem ter pedido e recebido propina. Eles devem devolver R$ 187 mil como reparação.
Em outubro de 2023, Traiano move uma representação contra o deputado Renato Freitas (PT), após ter sido chamado de "corrupto" em uma sessão plenária.
Nas alegações finais do processo no Conselho de Ética da Alep, a defesa de Freitas inclui trechos do processo que contêm a delação de Malucelli. O acordo com a confissão do presidente da Alep vem à tona.
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