Com conclusão prevista para outubro de 2024, as obras do Complexo Tarumã, na Avenida Victor Ferreira do Amaral, avançaram em Curitiba com a instalação das longarinas que irão sustentar o alargamento do viaduto. A estrutura será ampliada, passando dos atuais 24 metros de largura para 50 metros – medida necessária para que a estrutura comporte três faixas de trânsito em cada sentido, além de uma canaleta exclusiva para o transporte coletivo e dois conjuntos de estações-tubo.
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A reforma no Viaduto do Tarumã foi projetada para readequar o grande fluxo de veículos no local. Além do trânsito local, a estrutura recebe os veículos que passam pela Linha Verde, via rápida na antiga BR-476, que liga as regiões norte e sul da capital. Transitam no entorno do Colégio Militar, pela Avenida Victor Ferreira do Amaral, cerca de 120 mil veículos por dia, o que torna o local um nó urbano.
A última grande movimentação nas obras foi no fim de fevereiro, quando o trânsito no entorno do Viaduto do Tarumã sofreu alterações para que essas longarinas fossem içadas e instaladas no local. Ao todo serão instaladas 16 dessas vigas estruturais, algumas maiores - com 43,5 metros de comprimento e pesando 110 toneladas - e outras menores, com 32 metros de comprimento e 80 toneladas.
Na estrutura de fundação do viaduto foram instalados 20 blocos de concreto de cada lado da estrutura, com 40 m³ cada. As longarinas serão sustentadas por 20 vigas de concreto que foram colocadas no local. Além das vigas estruturais restantes, a estrutura deve conter a laje que receberá a pavimentação. Por fim serão instaladas as estações-tubo Tarumã e Victor do Amaral do transporte coletivo.
Obras incluem readequação viária no entorno do viaduto
Além da parte estrutural, considerada pela administração municipal de Curitiba como a mais complexa das obras, será necessária a readequação viária no entorno do viaduto. Segundo a prefeitura da capital, a formação das alças de acesso ao viaduto deve impactar um total de 12 ruas em volta do viaduto, com cerca de 8 quilômetros de obras de requalificação viária.
Recebem melhorias as ruas Bandeirantes Dias Cortês, Avenida Affonso Penna, Nagib Daher, Engenheiro Antônio Batista Ribas, Suécia, Rua Presidente Epitácio Pessoa, Maria Ficinska, Epaminondas Franco, Victor Ferreira do Amaral, a canaleta exclusiva do BRT e as vias locais direita e esquerda da Linha Verde (BR-476). Além de uma nova pavimentação e sinalização, essas vias vão receber estruturas de drenagem, implantação de meio-fio e calçadas.
Projeto foi anunciado em 2018 e passou por mudanças
O projeto de reforma do viaduto do Tarumã, na Linha Verde, foi anunciado pelo prefeito Rafael Greca (PSD) em maio de 2018. A princípio, uma trincheira seria construída na parte de baixo do viaduto como forma de desafogar o trânsito da Victor Ferreira do Amaral e o acesso à Linha Verde nas imediações do Colégio Militar do Exército. A estrutura chegou a ser chamada de “viaduto triplo” pela administração municipal.
A primeira licitação para as obras de ampliação foi aberta em 2019, mas o processo foi cancelado e o projeto sofreu mudanças. À época, a construção dos novos acessos não era contemplada no mesmo lote da ampliação do viaduto do Tarumã. O novo edital reuniu as obras (alargamento do viaduto, estações de ônibus e construção dos acessos), mas retirou a construção da trincheira.
O processo só avançou três anos depois, quando um novo certame foi aberto pela prefeitura. O “viaduto triplo” foi alterado e a trincheira sob a avenida foi retirada do projeto. Questionado à época sobre os impactos da mudança entre os projetos, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) justificou, em nota, a supressão das trincheiras explicando que o objetivo das obras era “incentivar cada vez mais o uso do transporte coletivo em relação ao individual”.
Mesmo sem trincheira, valor da obra mais que triplicou
O Ippuc também afirmou que a retirada das trincheiras não traria impactos negativos ao projeto. Ao contrário, segundo o instituto, não haveria impacto na funcionalidade da obra, que ainda contaria com uma vantagem financeira. Segundo a nota, a trincheira correspondia a 25% do valor total da obra. “Além de menor custo, a intervenção poderá ser concluída em menor tempo, reduzindo também o período de transtorno para os moradores e comerciantes que usam o trecho e que toda obra provoca”, informava.
Mas os valores tiveram um salto significativo nos últimos anos. O custo original, segundo a prefeitura de Curitiba, era de R$ 31,9 milhões em 2018. As cifras passaram para R$ 47 milhões em 2019. De acordo com o novo edital, o valor total de execução passou para R$ 97 milhões, dos quais R$ 70,4 milhões correspondem aos custos do viaduto em si; R$ 21,7 milhões serão para a construção das alças de acesso e o restante diz respeito a outros custos acessórios da obra. Em março de 2024, o valor da obra está atualizado em R$ 101,4 milhões.
As primeiras intervenções no Viaduto do Tarumã foram feitas em janeiro de 2023. Desde então, o entorno do complexo vem passando por modificações pontuais de trânsito. A orientação da Superintendência de Trânsito (Setran) aos motoristas é a utilização de aplicativos de trânsito e navegação para encontrar os melhores desvios. A prefeitura mantém um serviço de WhatsApp para informações sobre a obra, como rotas de desvios e pontos de bloqueio. O número é (41) 99876-2903.
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