Um ônibus movido 100% a Gás Natural Veicular (GNV) vai rodar pelas ruas de Curitiba e Região Metropolitana a partir desta quarta-feira (1º). O veículo será testado em uma linha metropolitana do transporte coletivo urbano pelo período de 30 dias e certificar os indicadores de eficiência, em especial a redução de 90% nas emissões de poluentes.
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A iniciativa do governo estadual faz parte do projeto de mobilidade urbana sustentável com o uso do gás natural, realizado pela Compagas (Companhia Paranaense de Gás), em conjunto com a Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná e a fabricante Scania.
“Várias cidades no mundo já têm praticamente 80% da frota movida a gás natural. Esse é o primeiro ônibus que nós temos no Paraná para experimentar a eficiência, o custo operacional comparado a um ônibus movido a óleo diesel, além da questão ambiental”, disse o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD).
Menos poluição com o ônibus movido a gás natural
O uso deste combustível permite uma redução significativa de poluentes na atmosfera. Em relação ao diesel, o veículo a gás pode emitir até 20% menos CO2 – dióxido de carbono, o gás que provoca o efeito estufa. Os benefícios também estão ligados diretamente à saúde da população. Os efeitos são de curto prazo, com menor índice de doenças cardiovasculares e de perda de produtividade causada por poluentes.
Se o ônibus movido a gás natural se mostrar viável, a ideia do poder público é expandir a frota de veículos do transporte público com essa fonte de combustível. “Com os testes sendo aprovados, queremos ajudar os municípios a ampliar a sua frota movida a gás natural, para que o custo operacional fique mais baixo, já que o diesel no dia a dia acaba sendo caro para o transporte público”, acrescentou o governador.
Linha São José-Guadalupe
O ônibus movido a gás natural, em teste, fará parte da frota da Viação São José e vai operar na linha São José-Guadalupe, percorrendo diariamente um trajeto de mais de 280 quilômetros entre São José dos Pinhais e Curitiba. O modelo fabricado pela Scania é o padron K 280, com 14 metros de comprimento e capacidade para 86 passageiros. Essa é a primeira vez que o veículo é testado em uma linha metropolitana.
Após o teste, a expectativa é que o ônibus circule por mais 30 dias pela capital paranaense em uma linha municipal, em ação conjunta com a prefeitura de Curitiba. O ônibus a gás também será exposto durante a Smart City Expo World Congress, evento que acontecerá em Curitiba entre os dias 22 e 24 de março, no Parque Barigui.
Menor custo
Para o CEO da Compagas, Rafael Lamastra Junior, o projeto posiciona o Paraná em um movimento de destaque em sustentabilidade e mobilidade urbana, já que oferece redução de custo e um veículo menos poluente. O gás natural, reforça ele, é reconhecido como uma energia verde e colabora diretamente para a transição energética com melhor competitividade.
“Estamos em um momento de substituição de frota na cidade e na RMC e queremos aproveitar essa oportunidade para inserir um transporte mais sustentável e econômico”, explicou. “Junto ao Governo, vamos trabalhar em uma política pública com incentivo para que haja realmente um benefício financeiro. As administrações públicas buscam reduzir custos, seja para a população, seja para os governos que subsidiam esse sistema”, completou ele.
O diretor-presidente da Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná, Gilson Santos, corrobora que adotar veículos movidos a gás natural pode ter um impacto econômico significativo para os estados e municípios, o que refletiria diretamente no custo para o usuário. “O estado quer ter uma ação expressiva com a tarifa social para que possamos trazer esse usuário de uma forma mais barata, e tudo isso tem uma relação muito forte com o tipo de veículo que utilizamos. A ideia de fazer essa experiência com esse ônibus a gás vem ao encontro de buscar novas tecnologias, um custo que seja mais acessível para o gestor, para o estado e para o usuário que paga tarifa”, afirmou.
Tecnologia para o ônibus movido a gás natural
Para viabilizar ônibus a gás natural não são necessárias alterações significativas nos projetos das carrocerias. As instalações dos cilindros de gás podem ser feitas entre as longarinas do chassi (abaixo do assoalho) ou sobre o teto. Caso seja necessária uma autonomia maior, é possível avaliar a colocação de mais cilindros.
O modelo testado é o K 280 4x2, que tem propulsor de 280 cavalos de potência e motor Ciclo Otto (o mesmo conceito dos automóveis). Tem desempenho consistente e força semelhante ao similar a diesel, além de ser mais silencioso. Para o ônibus em teste, foram instalados oito cilindros de gás na lateral dianteira com uma autonomia de 300 quilômetros.
De acordo com a fabricante, os cilindros, feitos com ogivas de mísseis, e as três válvulas do veículo, são certificados pelo Inmetro. Em caso de incêndio ou batida, o gás é liberado para a atmosfera e se dissolve sem perigo de explosão, ao contrário de um veículo similar abastecido a diesel, caso em que o líquido fica no chão ou pode se espalhar ao longo da carroceria.
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