Uma operação conjunta entre a Polícia Federal, Receita Federal e a Polícia Civil do Paraná foi deflagrada na quinta-feira (4) contra uma organização criminosa suspeita de usar o Porto de Paranaguá para o tráfico internacional de drogas. Ao todo, 28 pessoas foram presas durante a Operação Downfall – queda, em tradução livre.
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A operação contou com 500 policiais, civis e federais, e 25 auditores da Receita Federal. Os 30 mandados de prisão preventiva e 87 mandados de busca e apreensão foram expedidos pela 14ª Vara Federal de Curitiba, e cumpridos nos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Goiás e Espírito Santo.
Os alvos da operação são suspeitos de integrar uma quadrilha de tráfico internacional de drogas, com quase 1 bilhão de reais em patrimônio estimado. No curso das investigações, os policiais apreenderam mais de R$ 2,1 milhões em espécie, além de 210 quilos de cocaína, 36 veículos, armas e joias. Três pessoas estão foragidas.
Investigações começaram após homicídios em Paranaguá
A operação começou com a Polícia Civil do Paraná investigando alguns homicídios na cidade de Paranaguá, no litoral do Estado. Havia a suspeita de que as vítimas estariam relacionadas com a disputa pelo controle do tráfico de drogas na região. Um dos investigados, segundo a Polícia Civil, teria financiado estes homicídios, inclusive com o fornecimento de armas de fogo ilegais. O suspeito foi preso em agosto de 2021 com documentos falsos em uma clínica de cirurgia plástica em São Paulo.
Com a confirmação de que este suspeito preso atuava no tráfico internacional de drogas, a Polícia Federal foi acionada para colaborar nas investigações. De acordo com as forças de segurança pública, foi descoberta uma complexa estrutura logística criada pela organização criminosa para atuar no narcotráfico internacional. Segundo os investigadores, os suspeitos controlavam desde a produção da droga até o despacho do entorpecente para o exterior.
Grande parte da droga entrava no Brasil de forma ilegal em navios que atracavam no Porto de Paranaguá. A investigação indicou que além de esconder os entorpecentes em contêineres embarcados de forma lícita, a quadrilha também colocava a droga em compartimentos submersos das embarcações, operação que era feita com a ajuda de mergulhadores.
Crimes podem levar a penas de até 50 anos de prisão
Os líderes da organização, aponta a Polícia Federal, ocultavam a origem do dinheiro obtido na ação de tráfico internacional de drogas. Depois de lavado, o dinheiro era utilizado na compra de aeronaves, barcos, empresas e imóveis, principalmente no estado de Santa Catarina. Vários desses imóveis, considerados de luxo, teriam sido pagos com dinheiro vivo, o que também levantou suspeitas dos investigadores sobre construtoras e empresas do ramo imobiliário.
Os investigados responderão aos crimes de organização criminosa, tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. Esses crimes podem resultar em penas que podem variar de 10 a 50 anos de prisão.
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