Uma médica do Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, não está mais fazendo atendimentos via Sistema Único de Saúde (SUS), por determinação judicial, na esteira da Operação Mustela. A Gazeta do Povo ainda não conseguiu contato com a médica, Karen Yurimi Kume, de 41 anos.
A Operação Mustela foi deflagrada em dezembro do ano passado e envolve, entre outras coisas, cobrança indevida de pacientes do SUS, para que eles pudessem "furar a fila" do atendimento.
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A suspensão das atividades da médica no SUS foi determinada no último dia 10 pelo juiz Ernani Mendes Silva Filho, da Vara Criminal de Campo Largo, no bojo de uma ação penal proposta pelo Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR).
Na denúncia oferecida à Justiça Estadual, o MP acusa a médica e outras quatro pessoas de cometerem crime de concussão (exigir vantagem em razão da função que exerce). A decisão judicial também impôs a proibição de os réus manterem qualquer contato com as vítimas.
De acordo com o MP, a médica chegava a cobrar R$ 9 mil por paciente para priorizar o atendimento a procedimentos realizados na rede pública. Os fatos denunciados ocorreram entre os anos de 2016 a 2018 e ao menos sete pessoas teriam sido vítimas das cobranças ilegais da médica.
“Denota-se que existem indícios suficientes de que a acusada cobrava pelos procedimentos cirúrgicos e consultas que, em tese, eram custeados pelo SUS, valendo-se, para tanto, de sua função dentro de hospital como médica. Além disso, prometia favorecer o paciente ao dar prioridade de atendimento na fila do SUS”, anota o juiz.
A Gazeta do Povo procurou o Hospital Angelina Caron, que divulgou uma nota sobre o tema, nesta quarta-feira (16). O hospital informa que, embora ainda não tenha sido notificado formalmente, já suspendeu os atendimentos realizados pela médica, após consulta ao processo judicial. “O Hospital Angelina Caron atua dentro dos princípios da ética e do absoluto respeito ao ordenamento legal”, continua a nota.
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