Réu em oito ações penais na Justiça Estadual e na Justiça Federal, o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) enfrentará ao menos três interrogatórios entre os meses de junho e julho de 2020. As audiências foram marcadas no âmbito da Operação Quadro Negro, na qual o tucano responde a acusações em quatro processos criminais, todos em trâmite na 9ª Vara de Curitiba, da Justiça Estadual. Todas as quatro denúncias contra ele foram oferecidas pelo Ministério Público (MP) ao longo de 2019. Ele nega ter cometido os crimes apontados.
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Deflagrada no ano de 2015, no primeiro ano do segundo mandato de Beto Richa à frente do Palácio Iguaçu, a Operação Quadro Negro trata de desvio de dinheiro reservado a obras de escolas.
Primeiro
O primeiro interrogatório está marcado para ocorrer no próximo dia 8 de junho, conforme decisão do último dia 22 do juiz de Direito Substituto José Daniel Toaldo. A audiência ocorrerá no âmbito da ação penal que envolve dois contratos com a empresa M.I. Construtora de Obras, firmados no ano de 2013, para construção de dois colégios na cidade de Guarapuava. Beto Richa se defenderá das acusações de corrupção passiva e prorrogação indevida de contrato de licitação. Ele é o único réu nesta ação penal.
No mesmo processo, as testemunhas arroladas pela defesa serão ouvidas em maio, entre os dias 4 e 8. Já as quatro testemunhas arroladas pelo MP serão ouvidas no mês de abril, nos dias 6 e 7. Entre elas, estão três delatores: os empresários Eduardo Lopes de Souza (dono da Valor Construtora) e Iolmar Ravanelli (dono da M.I. Construtora de Obras); e o engenheiro civil Maurício Fanini. Os três admitiram crimes e firmaram acordos de colaboração premiada com o MP.
O principal delator da Operação Quadro Negro – que apontou a participação de políticos no desvio de dinheiro – é Maurício Fanini, que durante o primeiro mandato de Beto Richa no governo do Paraná (entre 2011 e 2014) ocupava a cadeira de diretor de Engenharia, Projetos e Orçamentos da Superintendência de Desenvolvimento Educacional (Sude), braço da Secretaria da Educação.
Segundo
O segundo interrogatório de Beto Richa acontece logo na sequência, entre os dias 9 e 10 de junho, no âmbito de uma ação penal que envolve dez licitações vencidas pela Valor Construtora para obras de escolas. O tucano é acusado pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e prorrogação indevida de contrato de licitação.
Além de Beto Richa, outras seis pessoas são rés no caso – um deles, Pablo Augusto Granemann (ligado a Luiz Abi Antoun, que é empresário e primo de Beto Richa) foi incluído posteriormente no processo. Também são réus o próprio Abi, o empresário Jorge Atherino (condenado recentemente no âmbito da Operação Piloto, da Justiça Federal); e o ex-secretário estadual Ezequias Moreira Rodrigues. Todos rejeitam as acusações. Os dois outros réus são os delatores Eduardo Lopes de Souza e Maurício Fanini.
Já as testemunhas arroladas pela defesa serão ouvidas em maio, entre os dias 11 e 15. As pessoas chamadas pelo MP para prestar depoimento serão ouvidas entre os dias 13 e 15 de abril e entre os dias 22 e 23 de abril.
Terceiro
Quase um mês depois, Beto Richa volta a ser interrogado em outra ação penal derivada da Operação Quadro Negro, entre os dias 8 e 9 de julho. O tucano se defende neste processo das acusações de obstrução de justiça e organização criminosa. O MP sustenta que ele teria tentado atrapalhar as investigações, com ajuda de outras pessoas.
Outras seis pessoas também são rés no caso, incluindo a ex-primeira-dama e ex-secretária estadual Fernanda Richa, o ex-procurador-geral do Estado Sérgio Botto de Lacerda e o empresário Jorge Atherino. Todos negam terem cometido irregularidades.
As testemunhas do MP têm audiências entre os dias 18 e 21 de maio. Já as testemunhas chamadas pela defesa serão ouvidas em dois momentos – entre os dias 15 e 18 de junho e de 22 a 24 de junho.
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