A preocupação com a saúde e a busca por uma alimentação mais saudável, especialmente com a pandemia, fez crescer nos últimos anos a procura por alimentos orgânicos. Apesar disso, esse tipo de alimentação ainda permanece restrita a um nicho de consumidores.
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Sem um mercado certo, os agricultores que se dedicam ao cultivo de orgânicos, a maioria pequenos, têm dificuldades para programar sua produção e garantir uma renda estável ao longo do ano.
Fornecer para a merenda escolar tem sido a saída para a maioria deles. E esse mercado tende a aumentar nos próximos anos. O Paraná tem como meta chegar em 2030 com a merenda escolar sendo composta em sua totalidade por produtos orgânicos.
“É uma política pública importantíssima porque atende ao mesmo tempo os agricultores familiares, que têm um mercado para sua produção, com as compras governamentais, e as crianças, que têm garantida uma alimentação de qualidade”, observa o engenheiro agrônomo André Miguel, coordenador do programa estadual de agroecologia do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR).
Em março, o IDR firmou um termo de cooperação com a Associação para o Desenvolvimento da Agroecologia do Paraná (AOPA). A intenção é certificar 150 produtores nos próximos cinco anos. Pelo termo de cooperação, serão assistidas 381 famílias, em 34 grupos nos 21 municípios da área de abrangência da Aopa.
“No último ano, cumprimos a meta de ter 20% da merenda escolar com produtos orgânicos. A partir de agora temos que que dobrar a cada dois anos para chegar em 2030 com 100%”, diz Miguel.
O agrônomo informa que o IDR vai trabalhar em duas frentes: buscar o aumento da produtividade entre aqueles agricultores que já cultivam orgânicos e atrair produtores novos para a atividade. “Vamos atuar de acordo com a realidade de cada região. Na região metropolitana de Curitiba, que já concentra a maior parte da produção orgânica, vamos trabalhar pela melhoria da produtividade e em outras regiões vamos buscar atrais novos agricultores para a atividade”, explica.
Daniele Comarella, agricultora que produz orgânicos em Agudos do Sul, na região metropolitana de Curitiba, é presidente da Aopa. Ela conta que a venda de orgânicos fica restrita às feiras e à montagem de cestas para a entrega em condomínios, por exemplo. “Isso é pouco e não é uma venda certa”, diz.
Para ela, o ideal é que esses canais de comercialização sejam para o excedente da produção, mas que o maior volume tenha um destino certo ao longo de todo o ano, como é o caso da merenda escolar. Segundo ela, dos 400 agricultores associados, pelo menos um terço depende do fornecimento para a merenda.
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