Conviver com idoso e não manter isolamento exige medidas mais rígidas de prevenção

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Até esta sexta-feira (10), das 961 mortes ocorridas no Paraná por coronavírus, 699 (73%) foram de pessoas com mais de 60 anos, uma tendência observada em outras partes do Brasil e do mundo. Por causa da alta letalidade da Covid-19 entre os idosos, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) reforça a necessidade de cuidados básicos que famílias e prefeituras precisam manter enquanto perdurar a pandemia.

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Seja durante a quarentena restritiva ou com a retomada das atividades econômicas, os trabalhadores que moram com idosos precisam manter medidas rigorosas de higiene. “Aqueles que trabalham e residem com pessoas idosas devem, ao chegar em casa, retirar as roupas logo que entrar em casa, tomar banho, vestir roupas limpas, manter ambientes limpos e arejados, e se observar sintoma gripal no idoso providenciar a testagem para Covid-19”, informou a Sesa em nota enviada à Gazeta do Povo.

O contágio intrafamiliar já era motivo de preocupação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Curitiba no começo de junho, quando a secretária Márcia Huçulak e a médica infectologista Marion Burger defendiam medidas rigorosas de higiene dentro de casas onde vivem pessoas em situação de risco para o coronavírus – idosos e pessoas com comorbidades. As recomendações diziam respeito ao uso de máscara dentro de casa, separação de toalhas e outros utensílios, higiene constante das mãos, ventilação dos ambientes e distanciamento, sem contato físico.

Atenção básica

Segundo a Sesa, o poder público municipal também precisa investir em ações de prevenção e cuidado dos idosos, utilizando as equipes da Atenção Básica, que contam com médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde e outros trabalhadores da área. “Eles são imprescindíveis para o cuidado contínuo dos idosos que residem no território de responsabilidade dessas equipes”, ressaltou a Sesa, apontando a necessidade das visitas domiciliares. Por causa da pandemia, o atual protocolo do Ministério da Saúde orienta para que as visitas ocorram no entorno do imóvel.

Dentre as 27 cidades do Paraná com mais de 80 mil habitantes, há 5 onde a cobertura das equipes de Atenção Básica atinge 100% da população: Apucarana, Paranavaí, Colombo, Francisco Beltrão e Cambé. Pelos dados do boletim do coronavírus divulgado pela Sesa nesta sexta-feira, a taxa de mortalidade por 1 milhão de habitantes no Paraná é de 80; em Apucarana, 82; em Paranavaí, 80; em Colombo, 104; em Francisco Beltrão, 44; e em Cambé, 76. Em Curitiba, onde a cobertura da atenção básica está em 54%, a taxa de mortalidade é de 108 por milhão; em Londrina, com cobertura de 61%, o índice é de 156 por milhão.

Municípios que conseguem reduzir a proporção de idosos entre os infectados apresentam menor taxa de mortalidade. Maringá e Ponta Grossa, que tinham essa característica, ficaram de fora do decreto restritivo do governo estadual.