As ações de desenvolvimento sustentável na Mata Atlântica, cuja maior área preservada está no Paraná, foram apresentadas nesta sexta-feira (5) na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26), em Glasgow, na Escócia.
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Representantes da Grande Reserva Mata Atlântica (GRMA) – iniciativa colaborativa que reúne entidades, empresas, órgãos públicos, comunidades e profissionais de diversas áreas no desenvolvimento econômico aliado à preservação do bioma – esperam com a explanação internacional atrair visitantes e investidores, bem como valorizar a área de 2,2 milhões de hectares que abrange 50 municípios desde o litoral sul de São Paulo até o litoral norte de Santa Catarina, incluindo Curitiba e Região Metropolitana.
A experiência do Grande Reserva foi destaque no painel sobre desafios e lições do meio ambiente na América Latina, capitaneado pela Universidade de York, do Canadá. Coordenador da GRMA na Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), uma das entidades que participam da iniciativa, o engenheiro florestal Ricardo Borges ressaltou na COP-26 que as ações feitas na Mata Atlântica poder ser exemplo não só no Brasil, mas para outros países.
“Temos um dos modelos mais modernos de produção sustentável, provando que a preservação não é desperdício e nem inimigo do desenvolvimento. Pelo contrário. É possível ter desenvolvimento econômico sem destruir o patrimônio da localidade”, enfatiza Borges.
Como exemplo, o representante da SPVS cita dois modelos produtivos aqui no Paraná. O primeiro é a plataforma Olha o Peixe! que conecta pescadores artesanais do litoral a consumidores, incluindo restaurantes. A plataforma compra peixes e frutos do mar frescos com preços estabelecidos com os pescadores. A pesca deve seguir regras ambientais, sendo proibida a captura e venda de espécies ameaçadas de extinção, havendo, inclusive, rastreabilidade. A venda ao consumidor é feita por aplicativo, em uma espécie de clube de assinante, com a entrega em embalagens biodegradáveis.
Outro exemplo é a cervejaria Porto de Cima Brewing, em Morretes, que utiliza água e essências da própria Serra do Mar, além de não conter conservantes químicos e fazer a fermentação de forma natural. Além disso, a área onde está a cervejaria conta com uma reserva particular de 17 hectares de mata preservada.
“São iniciativas que não só preservam o meio ambiente como agregam valor ao produto a partir da ligação com o patrimônio ambiental do local”, enfatiza Borges.
No caso do ecoturismo, o representante da SPVS afirma ainda que há muito a se explorar na Mata Atlântica. “Nenhuma floresta tropical do mundo tem a infraestrutura que temos na Mata Atlântica, a apenas uma hora de distância do aeroporto. E a Mata Atlântica é tão diversa quanto a Amazônia, o Pantanal”, reforça o engenheiro florestal.
A apresentação da Grande Reverva Mata Atlântica na COP-26 também teve explanação da Fundação Grupo Boticário, outra entidade participante da iniciativa. A fundação da indústria de perfumes apresentou o projeto Viva Água, que reúne diversos setores produtivos para promover a segurança hídrica e a adaptação às mudanças climáticas pela conservação e restauração do meio ambiente.
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