O estoque de imóveis disponíveis para locação durante as festas de final de ano e a temporada de verão, no litoral paranaense, está menor do que em anos anteriores. É o que aponta o Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Paraná (Creci-PR), que atribui o fato não apenas a uma grande procura pelas locações, mas, principalmente, pela baixa disponibilidade de casas que costumavam ficar vagas nessa época do ano.
Receba as principais notícias do Paraná por mensagem, no smartphone
Segundo o Creci, em um ano afetado pela pandemia de coronavírus e rodízios no abastecimento de água, muitas famílias curitibanas que têm imóveis no litoral decidiram fugir das aglomerações e da estiagem, preferindo passar os meses de isolamento, ou de home office, nas praias paranaenses. E, aparentemente, elas pretendem ficar.
“A carteira de imóveis disponíveis para locação na temporada baixou em praticamente todo o litoral. As pessoas que normalmente viajariam para mais longe, como o nordeste, estão preferindo permanecer por perto”, afirma Valdemar Marques, delegado da Regional do Litoral do Creci-PR. “Mas mesmo os imóveis disponíveis nós temos reservado com certa parcimônia, já que é difícil de antecipar qual será a situação da pandemia durante as festas e a temporada”, diz.
Como os decretos que autorizam ou proíbem o acesso às praias, restaurantes e bares do litoral podem ser revistos a todo momento, conforme a evolução da pandemia na região, as imobiliárias têm criado novas cláusulas contratuais para dar certa garantia a quem procura um negócio. Entre as possibilidades está o reembolso de parte do valor pago pelo aluguel, caso seja decretado lockdown, ou a concessão de um crédito do valor pago, para que o locatário possa utilizar em outro período.
“Estamos também tomando um cuidado especial com a limpeza e assepsia dos locais alugados entre a saída e entrada dos clientes, dando espaço de pelo menos um ou dois dias entre aluguéis”, afirma Marques. Ele lembra ainda que, embora o setor acredite que as praias e serviços terão acesso liberado durante a temporada, nos condomínios, as áreas comuns, como piscinas e parquinhos, devem permanecer fechados.
Ainda de acordo com o conselho, embora não haja um levantamento exato do número de vendas, o interesse por adquirir um imóvel no litoral também cresceu desde julho. “Tivemos boas vendas entre todos os perfis, de R$ 150 mil a R$ 2 milhões”, diz Marques. Ele afirma ainda que os aluguéis por mês também cresceram: “Muita gente veio fazer home office aqui, pois temos internet, mercados, farmácias. Muitos idosos também preferiram fugir do burburinho da cidade”.
Setor de serviços está apreensivo
A temporada de verão é o principal momento para o faturamento de restaurantes, bares e hotéis do litoral. A perspectiva de praias cheias, no entanto, é encarada com certa apreensão pelo setor. “Tem muita gente que não se cuida, então nossa preocupação é grande”, afirma Carlos Dalberto Freire, presidente da Associação de Hotéis, Pousadas, Restaurantes, Bares, Casas Noturnas e Similares do Litoral Paranaense (Assindilitoral).
Na última segunda-feira (23) prefeituras das cidades litorâneas se reuniram com representantes das secretarias estaduais da Saúde e da Segurança, para discutir como será a Operação Verão em 2020. A ideia dos municípios é que o governo estadual uniformize as regras de lotação e funcionamento dos serviços na região durante a temporada. As tratativas, no entanto, ainda estão em fase inicial e não há qualquer confirmação de como será tratado o assunto por enquanto.
Segurança pública: estados firmaram quase R$ 1 bi em contratos sem licitação
Franquia paranaense planeja faturar R$ 777 milhões em 2024
De café a salão de beleza, Curitiba se torna celeiro de franquias no Brasil
Eduardo Requião é alvo de operação por suspeita de fraudes em contratos da Portos do Paraná