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O intenso trabalho de pesquisa realizado pelas universidades estaduais do Paraná durante a pandemia de Covid-19 resultou em colocações positivas nos rankings internacionais divulgados neste mês de outubro: o World University e o QS Latin America University. Os levantamentos avaliaram o desempenho das instituições de ensino em 2021 e apontaram as de maior relevância mundialmente.

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No primeiro ranking — realizado pela consultoria britânica Times Higher Education (THE) —, quatro universidades estaduais do Paraná receberam destaque. De acordo com a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do estado (Seti-Pr), as Universidades de Londrina (UEL) e de Maringá (UEM) avançaram cinco posições em relação ao ranking anterior, passando de 31º e 42º lugar para a 26ª e 37ª colocação entre as 62 instituições brasileiras citadas no levantamento.

“Resultado muito significativo, pois estamos sendo comparados com quase 1.800 universidades de 104 países”, frisou o professor Maurício Reinert, pró-reitor de planejamento e desenvolvimento institucional da UEM.

Ao todo, o ranking avaliou 13 indicadores de desempenho como qualidade de ensino, pesquisa e investimentos e inovação. Neste último critério, inclusive, a Universidade de Londrina ficou com a sexta colocação do país, à frente, inclusive, da Universidade de São Paulo (USP), que é líder no ranking geral nacional.

Já nas colocações de nível global, a UEL foi classificada no grupo 1201-1500, enquanto as universidades estaduais de Maringá (UEM), Ponta Grossa (UEPG) e do Oeste do Paraná (Unioeste) ficaram na divisão seguinte, a 1501+.

Além desse ranking, realizado por uma das revistas de maior prestígio internacional no assunto, o Paraná ainda se destacou no levantamento QS Latin America University, desenvolvido por outra organização britânica especializada na análise do ensino superior em diferentes países e continentes, a QS Quacquarelli Symonds.

Os dados também foram divulgados no início deste mês e colocaram UEM e UEL nas posições 27 e 28 entre 98 instituições de ensino superior do Brasil com maior produtividade em fatores como pesquisa e empregabilidade. No mesmo levantamento, as universidades estaduais de Ponta Grossa (UEPG), do Oeste do Paraná (Unioeste) e do Centro-Oeste (Unicentro) ficaram com as colocações 46, 60 e 73, respectivamente.

“Um orgulho enorme para a instituição e que mostra como toda comunidade universitária realiza seu trabalho com comprometimento e seriedade”, comemora a diretora de avaliação institucional da UEPG, Raquel Abdallah da Rocha Oliveira, ao citar que a classificação é ainda mais significativa por representar um momento tão desafiador como a pandemia de Covid-19. “Apesar da suspensão inicial das aulas, nossas atividades de ensino, pesquisa e extensão continuaram, e conseguimos manter a excelência”.

Pandemia impulsionou os resultados das universidades estaduais

Para o pró-reitor de planejamento e desenvolvimento institucional da UEM, Maurício Reinert, foi essa capacidade de se adequar à pandemia e buscar respostas para ela que deu às universidades estaduais do Paraná o impulso necessário para crescer nesse momento.

“Nossa parte de pesquisa aumentou muito, principalmente porque cientistas de áreas como biologia e ciências sociais aplicadas fizeram esforço gigante para solucionar problemas trazidos pela Covid”, relata.

Segundo ele, a UEM realizou quase 100 pesquisas relacionadas à pandemia com artigos publicados internacionalmente a respeito das variações genéticas do Sars-CoV-2, comportamento das variantes, aspectos gerais da doença, eficácia de medicamentos e a relação entre Covid e saúde mental. “Então, mesmo com a falta de recursos, o trabalho foi fantástico!”, fala.

Somado a isso, ele relata que o Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM) atuou incansavelmente e que investimentos de longo prazo na qualificação de profissionais, envio de professores ao exterior e formação de corpo docente especializado também contribuíram para o resultado. “Nossa qualidade de pesquisa foi aumentando e nossos pesquisadores têm se tornado cada vez mais conhecidos mundialmente”.

Universidade relevante para seu entorno

Além disso, a reitora da Universidade Estadual de Londrina (UEL), professora Marta Regina Gimenez Favaro, acredita que a relevância da instituição na comunidade com o oferecimento de novas metodologias, serviços, tecnologias e produtos também contribuiu para as boas colocações.

“É a produção de conhecimento colaborando para o desenvolvimento econômico e social da nossa região, do estado e do país”, afirma, ao mencionar que as pesquisas começam a ser colocadas em prática no entorno da universidade e logo se tornam conhecidas em todo o Brasil e ao redor do mundo, sendo citadas por grandes pesquisadores. “Demonstração clara da consistência do nosso trabalho e fator relevante para os rankings internacionais”.

No entanto, ela alerta que é preciso garantir a manutenção dos serviços da universidade para que os resultados sejam mantidos e melhorados. “Temos inovação, tecnologia e produção de conhecimento, mas isso deve ser amparado e custeado adequadamente para continuar nos próximos anos”, alerta.