Tendo no combate à corrupção e à criminalidade bandeiras primordiais, o ex-deputado federal Deltan Dallagnol, recém-filiado ao Partido Novo, não crê que o atual ministro da Justiça, Flávio Dino, esteja preocupado com a segurança pública no Brasil. Mais que isso, Dallagnol percebe que o ex-governador do Maranhão está mais preocupado com a atuação no X, antigo Twitter, do que na Esplanada dos Ministérios.
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A percepção de Dallagnol se desenha, ainda, na escolha de Dino por investigar adversários políticos, ou mesmo ao ameaçar aqueles que não compactuam com o atual governo. As redes sociais, segundo ele, se tornaram refúgio do ministro da Justiça para atacar pessoas e evitar o real propósito do trabalho.
"Ele é ativo no Twitter e ativo para iniciar investigações contra adversários políticos e agentes públicos que trabalharam na Operação Lava Jato, mesmo sem amparo legal. Em vez de criar políticas públicas concretas de defesa da vida e redução do número de homicídios, ele fica nas redes sociais defendendo o presidente da República e trazendo ameaças a quem é contra o atual governo", criticou Dallagnol, em entrevista à Gazeta do Povo.
Mesmo a possível indicação de Dino para a cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), vaga desde a aposentadoria da ex-ministra Rosa Weber, não surpreende Dallagnol. O recém-filiado ao Novo enxerga nas atitudes do chefe da pasta da Justiça as características que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), procura no futuro ocupante.
"Não há preocupação alguma com notório saber jurídico ou reputação ilibada. O atual presidente quer amigos e lealdade pessoal, é isso que pode ser visto, especialmente, nesta possibilidade. O Dino atende a esses predicados. Em casos de investigação que ele nem poderia comentar, faz questão de falar. Não importa se está em sigilo ou se não são de sua alçada, ele quer aparecer", ironizou.
Sobre o próprio STF, potencial destino de Dino, Dallagnol destacou que tem sido um ambiente de reinterpretação de questões já pacificadas, que trazem insegurança jurídica constante para o Brasil. “As decisões recentes não seguem o que tradicionalmente é a aplicação do direito de processo penal e direito constitucional. É uma incompatibilidade com decisões pretéritas do STF. Eles usam o cargo para se servir da sociedade, são donos do poder".
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