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Policiamento foi reforçado nas proximidades de mesquita mais conhecida de Cidade do Leste.
Policiamento foi reforçado nas proximidades de mesquita mais conhecida de Cidade do Leste.| Foto: Wikimedia Commons/Cverascuderi

A tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina passou a ganhar uma vigilância extra de monitoramento pelas forças de segurança. A região, que é rota para crimes como tráfico de armas, drogas e de pessoas, além do contrabando bilionário, está em alerta após serviços de inteligência identificarem, nas últimas semanas, o risco de um ataque terrorista. As informações foram compartilhadas por meio do Comando Tripartite.

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As investigações apontam que o possível atentado seria deflagrado com arma de fogo e praticado contra templos religiosos, com destaque a mesquitas e sinagogas no Paraguai.

Apesar de a situação ser considerada tranquila e sem riscos no lado brasileiro da fronteira, do lado paraguaio mesquitas e aeroportos receberam reforço no policiamento ostensivo, com efetivo da Polícia Nacional e da Força Aérea.

Mesquitas chegaram a ser fechadas temporariamente em Cidade do Leste, cidade na fronteira com o Brasil e principal polo comercial do país vizinho, onde vive um número expressivo de pessoas de origem muçulmana.

Informações preliminares dos serviços de inteligência da Argentina e do Brasil indicavam, segundo o governo do Paraguai, para um suspeito ainda não identificado de origem europeia, com ascendência italiana e que teria acesso a armas de fogo.

No fim de semana passado, dois brasileiros que teriam ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC) foram presos na região aduaneira tentando entrar no Paraguai. Não havia indícios de que eles teriam ligações com o suposto ataque, mas diante das ameaças iminentes, foram imediatamente deportados ao Brasil.

Paraguai reforça policiamento em mesquitas e aeroportos

Apesar de o governo do Paraguai afirmar que não quer uma "histeria" com relação à suspeita de atentado, o diretor de Aeroportos da Direção Nacional de Aeronáutica Civil (Dinac), Rubén Aguilar, disse em entrevistas à imprensa do país que o nível de alerta em aeroportos (Guaraní, em Minga Guazú, e Silvio Pettirossi, em Luque, Região Metropolitana de Assunção), foram elevados, com apoio extra de policiais do Grupo de Operações Especiais (GEO) da Polícia Nacional e da Força Aérea. Segundo Aguilar, o objetivo “é manter uma reserva de controle”.

O chefe de Prevenção e Segurança do Alto Paraná, Ángel Reyes, disse que agentes estavam em diferentes pontos nas proximidades e nos próprios templos religiosos.

Cidade do Leste não tem sinagogas, mas conta com três mesquitas. Entre elas está a Alkhaulafa Al-Rashdeen (na tradução literal Os Califas Bem-Guiados), conhecido ponto turístico na região da fronteira. Inaugurado em 2016, recebe centenas de visitantes diariamente. Todas as mesquitas em Cidade do Leste ficam na região central da cidade e em áreas bastante povoadas.

Em entrevista ao jornal La Nación, o comissário general Blas Vera, diretor da Polícia do Alto Paraná, confirmou que foi ordenado, por meio da Diretoria de Prevenção e Segurança, que fosse reforçada a vigilância também na zona primária de alfândega e imigração, onde os dois brasileiros foram presos no fim de semana. Obrigatoriamente, todos os compristas e turistas que vão ao Paraguai precisam passar pela zona primária.

Em Foz do Iguaçu (PR), cidade que fica na fronteira com o Paraguai e onde também há um número expressivo de membros da comunidade árabe, não há ameaça ativa ou risco para atentados. A cidade tem uma mesquita que se tornou ponto turístico para visitantes de todo o mundo, além dos fiéis que a utilizam para suas orações diárias.

O terrorismo na tríplice fronteira

Núcleos e ações terroristas se mantêm no radar das forças de segurança na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. As polícias dos países monitoram, a partir do Comando Tripartite, a existência de possíveis ligações com Hamas e Hezbollah.

O objetivo principal de membros ou simpatizantes extremistas que vivem nesta região não seria, segundo investigações das polícias, o de promover ataques ou atentados, mas sim levantar fundos e auxiliar na manutenção financeira dos grupos em regiões de conflito, como entre Israel e Hamas, na Faixa de Gaza.

Até o momento, ninguém ligado ao suposto planejamento do atentado ao Paraguai foi preso.

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