O Paraná completa, nesta sexta-feira (10), 30 dias desde o primeiro caso confirmado de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, no estado. Com 621 casos confirmados, de acordo com o último boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o estado é o 6º do Brasil em número de casos, mas o 5º se analisado o tempo de evolução da contaminação local.
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Até o 15º dia, no entanto, com 106 casos, o Paraná tinha um crescimento praticamente idêntico ao do Distrito Federal (107) e inferior apenas ao do Ceará (359). Agora, as curvas de São Paulo e Rio de Janeiro, que demoraram mais para ter um crescimento exponencial a partir dos primeiros casos, importados, e, também, do Amazonas, que já tem 899 casos em 26 dias, mostram-se mais preocupantes. Com população bem menor (2,57 milhões ante 11 milhões do Paraná), o Distrito Federal teve um crescimento de casos em nível menor na segunda quinzena.
As regras epidemiológicas consideram a evolução após um número maior de casos, quando já se pode considerar a transmissão comunitária nas regiões analisadas. Um número de partida, para uma pandemia que ainda está em estágio inicial, como no Brasil, é o 50º caso. E, mais uma vez, nesta sexta-feira (10) é um marco importante, pois o Paraná chega ao 20º dia desde a confirmação do 50º caso da doença.
O gráfico a partir do 50º caso mostra que a pandemia vem evoluindo, no estado, em menor velocidade que em São Paulo, Rio, Amazonas, Ceará e, também, que Minas Gerais, estando mais acelerada, apenas, que o Distrito Federal, entre os líderes de número de casos. Paraná e Minas Gerais superaram os 50 casos confirmados no mesmo dia (22 de março) e chegam a esta sexta-feira com um número semelhante de casos (Minas tem 655), mas o crescimento dos casos em território mineiro é mais uniforme.
Depois de atingir os primeiros 50 casos (54) em 22 de março, o Paraná levou quatro dias para dobrar o número de infectados, chegando a 106 em 26 de março. Um novo crescimento de 100% demorou seis dias, quando o estado chegou a 224, em 1º de abril. Uma nova dobra ocorreu em cinco dias, com o estado chegando a 458 casos no último dia 05.
Com as diferentes metodologias adotadas pelos estados, quanto ao número de testes realizados, aceitação ou não dos resultados de exames de laboratórios particulares e sistema de registros de casos, pode haver variação na subnotificação, natural da pandemia em que muitos doentes são assintomáticos. Com isso, uma das curvas que será mais importante na análise da evolução será a de óbitos. E o Paraná chega com 24 óbitos nesta sexta-feira, ao 15º dia após a primeira morte confirmada por Covid-19 no estado. O número será atualizado, à tarde, pela Sesa.
Outros oito estados registraram a primeira morte há pelo menos 15 dias, três deles (Goiás, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) estão com a curva mais controlada do que a do Paraná, cujos números se assemelham muito aos do Amazonas. São Paulo, no 15º dia, já tinha 113 mortes. Hoje, no 25º, deve passar de 500. Os números do Rio de Janeiro é que precisam servir de alerta para o Paraná. O estado do Sudeste chegou ao 15º dia da primeira morte com 28 vidas perdidas, apenas quatro a mais que o que o Paraná registra hoje. Mas, desde então, vem tendo crescimento elevado e, no 23º dia, contabiliza 122 mortes.
“São três, quatro meses de análises diárias, planejamento, enfrentamento, organização da rede de saúde e das demais áreas. O isolamento social é a grande estratégia para que a gente consiga enfrentar essa pandemia. E graças a Deus a gente tem, na medida do possível, conseguido um bom sucesso até o momento”, avaliou, na quinta-feira (9), o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD).
“Cada óbito não é apenas um número, é uma família que sofre, uma comunidade em luto e, por isso, temos que continuar trabalhando o isolamento domiciliar, o distanciamento social, a etiqueta respiratória, para que os números do Paraná continuem abaixo da curva de outros estados do Brasil”, reforçou o secretário estadual de Saúde, Beto Preto. “Nós somos vizinhos de São Paulo e acompanhamos as dificuldades que eles têm passado. Temos que continuar fazendo nossa lição e a avaliação diária do número de casos para que possamos ir tomando decisões no momento certo”, concluiu o secretário.
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