O Paraná alcançou 42,8 doações por milhão de população (pmp)| Foto: Albari Rosa/AEN
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O Paraná é líder nacional em doações de órgãos no primeiro trimestre deste ano, segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). O estado alcançou 42,8 doações por milhão de população (pmp), ultrapassando a taxa nacional, que ficou em 17,5 pmp. Depois de Paraná, o ranking da ABTO traz os estados de Santa Catarina com 42,5 pmp, Ceará com 25,5 e Distrito Federal 24,6.

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Segundo o boletim, Paraná e Santa Catarina são considerados Estados modelo, pois há elevadas taxas de notificação (em torno de 100 pmp) e também de efetivação de doação (acima de 40 pmp).

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À Gazeta do Povo, o secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, aponta que a logística e a capacitação dos setores responsáveis dentro da estrutura de Saúde pública são diferenciais para que o Estado mantenha bons índices. “Temos uma estrutura que está baseada em quatro macrorregionais: uma sede central de transplante em Curitiba e subsedes em Londrina, Maringá e Cascavel”, destaca.

“Também temos automóveis à disposição, equipes e apoio das aeronaves da casa militar. Os aviões têm feito o transporte, o que ajuda a ganhar tempo ou para não perder tempo de viabilidade do órgão”, acrescenta o secretário. Ele afirma também que há uma capacitação permanente das equipes de abordagens, para que o primeiro contato com as famílias de potenciais doadores seja feita da forma mais humanizada possível.

Outro dado do boletim da ABTO mostrou que o Paraná, assim como Santa Catarina, tem uma taxa de recusa familiar menor que a registrada na média nacional, com 30%. Em todo o país, essa taxa de recusa se aproxima dos 45%. “O Paraná tem um povo muito solidário e as famílias acabam aceitando essa abordagem das equipes”, diz Beto Preto.

Número de pacientes aguardndo transplante aumentou no Paraná  

Em comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o número de pacientes aguardando por um transplante de órgão cresceu 19,5% no Paraná. Já em nível nacional, neste mesmo período analisado, houve um aumento menor, de 12,2%. Segundo a ABTO, 2.839 pessoas, até março deste ano, estavam esperando por um órgão para transplante no Paraná. No Brasil, 55.386 pessoas estavam na fila de espera.

De acordo com um levantamento do Sistema Estadual de Transplantes (SET), atualmente, 3.300 aguardam por um transplante no Paraná. A fila é maior para quem necessita de um rim - são 1.847 pacientes.

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O secretário de Saúde do Paraná explica esses números também se relacionam com a logística, pois, muitas vezes, um transplante no Paraná é feito com um órgão captado em Santa Catarina, ou de modo semelhante, capta-se um órgão no Paraná para um transplante em São Paulo. “De um modo geral, o nosso trabalho tem sido reconhecido e estamos aprimorando”, afirma.

Ele citou que os bons resultados obtidos no Estado são fruto de um trabalho de mais de 20 anos. “A solidariedade do paranaense, a capacitação na abordagem, logística e a descentralização ajudam a chegar mais perto do serviço”, evidencia o secretário.