O Ministério do Turismo reduziu em 66 o número de cidades consideradas turísticas no Paraná na mais recente atualização do mapeamento nacional feito pela pasta. De 283, o estado passou a ter 217 municípios validados pelo ministério. Por outro lado, subiu o número de cidades classificadas nas categorias A e B, ou seja, com maior potencial para o setor (a escala vai até E).
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Na atualização, Londrina, no Norte do Paraná, ganhou a classificação máxima, juntando-se a Curitiba e Foz do Iguaçu, no Oeste, entre as cidades na categoria A. Para o diretor técnico da Paraná Turismo, Rafael Andreguetto, a entrada de Londrina no grupo se deve ao crescimento do setor de negócios e eventos na cidade. Em 2018, somente a Universidade Estadual de Londrina realizou mais de 400 eventos. “Geralmente se associa turismo a lazer, a gastronomia e à atividade rural, mas eventos técnico-científicos ou do setor agropecuário, por exemplo, trazem muita arrecadação, porque geram fluxo de pessoas e aumentam a demanda por restaurantes, hospedagem, entretenimento”, diz.
O grupo de municípios paranaenses classificados como B passou de 9 para 14: Campo Mourão, Cascavel, Guarapuava, Guaratuba, Maringá, Matinhos, Paranaguá, Pato Branco, Ponta Grossa, Pontal do Paraná, São José dos Pinhais, Telêmaco Borba, Toledo e Umuarama. Além desses, o Paraná tem 29 municípios classificados como C, 142 na categoria D e outros 29 no grupo E – confira a lista completa.
O que é o Mapa do Turismo Brasileiro?
Publicado no fim de agosto, o novo Mapa do Turismo Brasileiro (veja o mapa completo) compreende 2.694 cidades de 333 regiões turísticas do país validadas pela pasta. Na atualização, válida para o período de 2019 a 2021, para figurar na plataforma, estados e municípios contaram com novos critérios, compromissos e recomendações, entre elas a obrigação de participar em instância de governança e em Conselho Municipal de Turismo (Comtur).
Além disso, para integrar o mapa, os municípios precisam dispor de um órgão responsável pelo turismo e de dotação orçamentária específica para a área. É necessário ainda que as empresas e os trabalhadores do setor na cidade estejam registrados no Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur), o que garante ao turista que o serviço é regularizado e confiável.
Para Andreguetto, essa mudança nos critérios é que causou a redução no número de municípios paranaenses integrantes do mapa. “O que mais pegou é que não basta ter um órgão ou diretoria específico, mas é preciso ter um conselho municipal atuante”, explica. “O filtro se tornou maior.” Mas o diretor considera o critério relevante, uma vez que o desenvolvimento das atividades turísticas não depende apenas do poder público ou da iniciativa privada. “É preciso haver um comum acordo entre estado, setor produtivo e sociedade civil”, diz. “E o conselho é a instância onde ocorre esse processo.”
O mapa é o instrumento que identifica necessidades de investimento e de ações de promoção de cada região do país. Para que a destinação de recursos e as políticas públicas voltadas ao setor de viagens sejam eficazes, a plataforma precisa ser atualizada constantemente.
A categorização dos municípios na escala que vai de A a E permite acompanhar o desempenho das economias turísticas locais ao longo dos anos. Além disso, conforme a classificação, as localidades passam a ter direito a mais investimentos federais em infraestrutura, qualificação profissional e de promoção de destinos, por meio de programas do Ministério do Turismo.
Mapa do Turismo Paranaense
Confira abaixo os 217 municípios paranaenses presentes no Mapa do Turismo Brasileiro e a respectiva classificação:
Paraná tem 14 regiões turísticas
O estado conta com 14 regiões turísticas reconhecidas pelo Ministério do Turismo. São agrupamentos de cidades próximas com características similares ou complementares em aspectos como histórico, cultural, econômico ou geográfico, por exemplo. Confira:
- Litoral: além do passeio de trem pela Serra do Mar e do barreado, a região se destaca por santuários ecológicos como a Ilha do Mel e a Ilha de Superagui. Oferece produtos locais como a bala de banana, a cachaça, a tainha e a farinha de mandioca
- Rotas do Pinhão: no entorno de Curitiba, que se destaca pelo planejamento urbano, parques e museus, há rotas de turismo rural, como o Circuito Italiano de Colombo, e o Caminho do Vinho, em São José dos Pinhais. Também é possível fazer escaladas, rafting e trilhas no parque do Marumbi
- Campos Gerais: situada entre campos e escarpas, a região tem atrativos naturais como o cânion do Guartelá e o Parque Estadual de Vila Velha. Colônias de imigrantes em Witmarsum, Castro e Carambeí vivenciam as tradições alemã e holandesa, com pratos típicos como o pão no bafo, em Palmeira. Túneis ferroviários desativados são usados para passeios offroad
- Norte Pioneiro: uma das portas de entrada da colonização no Paraná, é marcada pela religiosidade demonstrada na Rota do Rosário, que reúne 11 santuários na região. A produção de cafés especiais, o turismo rural e atividades náuticas em represas da região também atraem turistas
- Norte do Paraná: marcada pela imigração japonesa e pela cultura cafeeira, a região oferece vastas paisagens rurais, a Rota do Café e uma das mais altas temperaturas do Paraná. O turismo náutico no rio Paranapanema, com grandes reservatórios, contará em breve com o primeiro hotel da rede Hard Rock no Brasil
- Vale do Ivaí: o principal potencial da região está no turismo religioso, em cidades como Lunardelli e Apucarana, e nas belezas naturais, que são exploradas pelo turismo rural e em caminhadas
- Ecoaventuras, Histórias e Sabores: pousadas rurais e santuários são os principais atrativos do noroeste do Paraná, que também abriga ruínas arqueológicas de uma cidade espanhola colonial, em Fênix, e o tradicional prato do Carneiro no Buraco, em Campo Mourão
- Corredores das Águas: com altas temperaturas no verão, a região é procurada por seus balneários de água doce e atividades como o mergulho de cilindro no rio Paraná, um dos maiores rios do Brasil, para a observação de peixes, tartarugas e até embarcações afundadas a até dez metros de profundidade
- Entre Morros e Rios: cavalgadas, tropeadas e pousadas rurais mantêm viva a herança dos tropeiros. Trechos do lendário Caminho do Peabiru, estrada milenar que ligava o oceano Atlântico ao Pacífico, também cortam a região e vêm sendo explorados por pesquisadores
- Cataratas e caminhos: terra das Cataratas do Iguaçu, a região tem balneários de água doce ao redor do Lago de Itaipu e alguns parques termais. Rotas religiosas, turismo de pesca e cicloturismo também são opções para o visitante, além da grande área de floresta preservada
- Riquezas do Oeste: polo da agroindústria no Paraná, se destaca pelo Porco no Rolete e por eventos automobilísticos como arrancadões, rallys e fórmulas truck
- Lagos e Colinas: margeada pelo rio Iguaçu, a região tem inúmeros reservatórios hidrelétricos que servem para a prática de atividades náuticas e pesca esportiva
- Terra dos Pinheirais: o destaque natural são as cachoeiras gigantes em Prudentópolis. As colonizações ucraniana, alemã e italiana também marcam a região, que oferece um roteiro da cevada em Guarapuava e a Rota do Vinho, em Bituruna
- Vales do Iguaçu: na divisa com o oeste de Santa Catarina, tem forte colonização italiana com potencial para o turismo rural. O clima frio e as reservas de araucárias marcam o território, que também oferece opção de compras na divisa com a Argentina
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