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Secretaria de Educação do Paraná pretende mais do que dobrar o número de matrículas no ensino profissionalizante.
Secretaria de Educação do Paraná pretende mais do que dobrar o número de matrículas no ensino profissionalizante.| Foto: Hedeson Alves / AEN / Arquivo

O governo do Paraná anunciou no fim de agosto que vai captar empréstimo de US$ 90,56 milhões - cerca de R$ 467,5 milhões - do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o programa Educação para o Futuro. Boa parte desse aporte na modernização da educação pública estadual vai para expansão do esino profissionalizante [ver outras ações abaixo]. A meta é mais do que dobrar as vagas nos cursos técnicos do ensino médio e chegar a um terço dos alunos da rede estadual matriculado nesta modalidade.

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Nos próximos quatro anos, o governo pretende elevar de 70 mil para 150 mil as matrículas no ensino profissionalizante. A meta, inclusive, é tratada internamente no governo como a principal marca que a gestão do governador Carlos Massa Ratinho Jr (PSD) deve deixar na educação. "Até 2025, queremos um a cada três alunos da rede estadual matriculado em curso profissionalizante", aponta o diretor-geral da Secretaria Estadual de Educação (Seed), Vinicius Neiva.

O empréstimo para modernização da educação pública estadual foi aprovado terça-feira (21) pela Assembleia Legislativa. O prazo de quitação é de 30 anos. Mas antes de ser sancionado por Ratinho Jr, o governo precisa acordar com o BID os termos de contrato e, na sequência, o Senado terá de aprovar a operação de crédito. A previsão é de que todos esses trâmites sejam concluídos até o fim do ano para a expansão nos cursos técnicos já comece no ano letivo de 2022.

Pelo contrato a ser assinado com o BID, a Seed terá de criar 40 mil vagas nos cursos profissionalizantes, chegando a 110 mil alunos matriculados até 2025. A meta, entretanto, é que esse número chegue a 150 mil matrículas. Para isso, além do empréstimo, também haverá aporte de recurso do próprio cofre do estado.

O planejamento também prevê a criação de um novo curso profissionalizante, o de Desenvolvimento de Sistemas, que entre outras atividades vai preparar o estudante para o desenvolvimento de aplicativos. Os outros cinco cursos já existentes que terão reforço de vagas são Administração, Educação Agrícola, Agronegócio, Auxiliar de Enfermagem e Magistério.

Necessidades do mercado

Neiva explica que além da expansão de vagas, a Seed também vai atualizar a grade curricular dos cursos profissionalizantes. O objetivo é de que a capacitação permita atuação em âmbito global, não apenas para atender as necessidades locais de onde vive o estudante.

"A economia do Paraná não compete mais só dentro do próprio estado ou do país. Por exemplo, grande parte do que consumimos hoje vem da China. Então nossa concorrência não é só com São Paulo ou outro estado", afirma o diretor da Secretaria de Educação.

Para a atualização do currículo dos cursos técnicos será contratada uma consultoria externa. "Nas escolas profissionalizantes precisamos reavaliar não só os dados educacionais, mas também as necessidades do mercado para que os alunos consigam emprego após se formarem", argumenta o diretor-geral da Seed.

Educação para o Futuro

Além do ensino profissionalizante, o programa Educação para o Futuro vai atuar em outras três frentes: atualização da proposta pedagógica no ensino médio, inserindo ferramentas tecnológicas nas salas de aula; reforma de 250 escolas e construção de cinco centros-referência de educação para o futuro; além de melhorias administrativas para aumentar a eficiência e avaliação de novas propostas educativas.

Metade dos US$ 90 milhões a serem emprestados pelo BID no Educação para o Futuro vai para obras nas unidades educacionais. "O objetivo é não termos mais nenhuma escola de madeira na rede estadual, que todas essas estruturas sejam substituídas por alvenaria", aponta Neiva.

Já os cinco centros-referência a serem construídos vão oferecer ensino integral. No contraturno, os estudantes terão reforço não só da grade educacional, mas também serão ministrados conteúdos para desenvolvimento de habilidades socioemocionais e digitais.

Com as cinco novas unidades educacionais, haverá criação de mais de 7,5 mil vagas na rede estadual, já que cada centro atenderá 1,5 mil alunos. Segundo a Seed, já foram pré-definidos 14 cidades que poderão receber os cinco centros.

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