O Paraná foi um dos piores colocados em um levantamento sobre a transparência na divulgação de informações sobre a epidemia de coronavírus. No ranking, que atribuiu notas de zero a 100 pontos aos estados brasileiros, o Paraná ficou em penúltimo lugar, com 10 pontos, empatado com outras cinco unidades da federação.
RECEBA notícias do Paraná pelo WhatsApp
A pesquisa, realizada pela Open Knowledge Brasil (OKBR), organização que atua na área de transparência e abertura de dados públicos, analisou os portais oficiais de informação dos estados, e considerou os tipos de dados divulgados (idade, sexo e hospitalização de casos confirmados, ocupação de leitos, testes disponíveis), o grau de detalhes destes dados (dados separados por município, por exemplo) e o formato (divulgação de painéis e planilhas que facilitem a compreensão dos dados).
A pesquisa levou em conta os dados publicados até a última quinta-feira (2). O Paraná zerou todos os quesitos de formato, por não apresentar os dados de forma que facilitem a visualização do público em geral, e obteve meio ponto entre os quesitos de granularidade, por disponibilizar dados separados por municípios. Entre os tipos de dados, o estado zerou a pontuação de transparência em: idade, sexo, internação, doenças preexistentes, ocupação de leitos e outras doenças respiratórias relativas aos pacientes confirmados.
Um dia após o recolhimento dos dados para a pesquisa, a Secretaria Estadual da Saúde divulgou algumas informações sobre o perfil dos infectados por coronavírus no Paraná. Estas informações, no entanto, não estão disponíveis para consulta em tempo real e nem foram atualizadas até agora.
Pesquisa semanal
No material explicativo anexo aos resultados da pesquisa, a coordenadora geral do levantamento, Fernanda Campagnucci, explicou que o objetivo do estudo, apesar do ranking final, não é gerar competição entre os estados, mas sim contribuir com ideias para uma divulgação mais transparente.
“Ao definirmos um conjunto de dados essenciais e parâmetros para publicação, contribuímos para a padronização da divulgação de dados da pandemia no país, e, desta forma, podemos tanto agilizar o trabalho interno aos órgãos públicos, quanto convidar outros setores da sociedade para construir soluções conjuntamente. Quando olhamos juntos para os mesmos problemas, somos mais fortes”, escreveu a coordenadora.
A organização afirma ainda que deve levantar os dados semanalmente, para avaliar a evolução da qualidade dos dados divulgados.
Dificuldade de compilação
Atualmente, as secretarias municipais da saúde das 399 cidades do Paraná são responsáveis por reunir e enviar os dados do coronavírus em seus territórios à secretaria estadual, diariamente, até o meio dia. Recebidos os dados, a Sesa faz a compilação.
Em resposta aos questionamentos feitos pela reportagem da Gazeta do Povo, a assessoria do secretário da Saúde, Beto Preto, afirmou que a pasta está ainda se adaptando ao fluxo de dados recebidos das centenas de municípios e que está trabalhando para melhorar a compilação e divulgação dos dados em detalhes.
A Sesa também criticou o sistema de “unificação” de dados utilizado pelo Ministério da Saúde – reclamação reiterada por outros estados também, segundo o levantamento da OKBR.
Por fim, a assessoria afirmou que deve ter “mudanças” na divulgação “em breve” – mas não especificou quais são ou quando entram em vigor.
Outros estados
O Paraná empatou, com 10 pontos, com Sergipe, Santa Catarina, Paraíba, Espírito Santo e Amapá, classificados como nível de transparência “opaco”. Pernambuco ficou em primeiro lugar na pesquisa, com 81 pontos, com nível de transparência “alto”. Rondônia e Pará empataram na última colocação, sem pontuar. O governo federal também foi avaliado e recebeu nota 36, que significa “baixa” segundo a classificação de transparência.
Eleição sem Lula ou Bolsonaro deve fortalecer partidos do Centrão em 2026
Saiba quais são as cinco crises internacionais que Lula pode causar na presidência do Brics
Elon Musk está criando uma cidade própria para abrigar seus funcionários no Texas
CEO da moda acusado de tráfico sexual expõe a decadência da elite americana
Segurança pública: estados firmaram quase R$ 1 bi em contratos sem licitação
Franquia paranaense planeja faturar R$ 777 milhões em 2024
De café a salão de beleza, Curitiba se torna celeiro de franquias no Brasil
Eduardo Requião é alvo de operação por suspeita de fraudes em contratos da Portos do Paraná
Deixe sua opinião