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Primeira igreja Batista de Curitiba recebe refugiados ucranianos.
Primeira igreja Batista de Curitiba recebe refugiados ucranianos.| Foto: José Fernando Ogura/Agência Estadual de Notícias

Passados mais de dois meses e meio do início dos ataques à Ucrânia pela Rússia, que começou em 24 de fevereiro, e quase dois meses após a chegada dos primeiros ucranianos refugiados ao Brasil, o número de pessoas dessa nacionalidade que buscaram o país para fugir da guerra ainda é incerto, por conta da forma como é registrada sua entrada e pelos status que recebem.

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Segundo dados da Polícia Federal, até o momento há 194 registros para o território nacional de ingresso de indivíduos ucranianos, sendo que 137 se referem a pedidos de autorização de residência; 42 a vistos humanitários com autorização de residência; e 15 para solicitação de refúgio. Provenientes das mais diversas regiões daquele país, 15 deles vêm da capital Kiev; 11 de Donetsk; 9 de Kharkiv; 7 de Krasnoarmiisk; e 6 tanto de Kherson quanto de Poltava. Do total de registros até o momento pela PF, 72 tiveram o Paraná como endereço final escolhido, seguidos de 67 em São Paulo, 13 no Distrito Federal e 11 na Bahia.

No entanto, a Polícia Federal também aponta que há 1.181 apátridas provenientes daquele país, um status que comumente designa pessoas que não têm sua nacionalidade reconhecida por nenhum país. Estes imigrantes têm até 90 dias após o ingresso no país para iniciar o processo de reconhecimento de sua condição, segundo as leis brasileiras.

O número de ucranianos que entraram no país pode ser ainda maior do que os divulgados oficialmente, pois há isenção de visto para a entrada deles como turistas no Brasil. É possível, assim, que muitos tenham chegado ao país e ainda não tenham ido à Polícia Federal solicitar autorização de residência ou de acolhida humanitária por terem um prazo de 90 dias para que o façam, como explica o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

Também há a situação de ucranianos que tiveram vistos concedidos no exterior, como aqueles que buscaram Varsóvia, na Polônia. Segundo o Itamaraty, apesar de existirem até agora 142 vistos emitidos a ucranianos, esse número não significa que essas pessoas, efetivamente, tenham entrado em território brasileiro ou tenham sido beneficiadas pela portaria 28 de 3 de março de 2022 - que dispõe sobre a concessão de visto temporário e de autorização de residência para fins de acolhida humanitária aos nacionais ucranianos e aos apátridas afetados ou deslocados.

Ucranianos no Paraná

A primeira organização a receber ucranianos no Brasil, a Global Kingdom Partnership Network (GKPN), que reúne várias igrejas pelo mundo, cita que acolheu, até o momento, 197 ucranianos, que foram encaminhados, no Paraná, para Guarapuava (40), Prudentópolis (27), Maringá (20), Londrina (12) e, ainda, para o estado de São Paulo, na capital (48) e São José dos Campos (50). Na capital, a Primeira Igreja Batista de Curitiba, por meio da Associação Batista de Ação Social, foi quem os recebeu no primeiro momento, com hospedagem e alimentação.

Outra iniciativa foi do Humanitas Brasil-Ucrânia, cujo comitê ofereceu acolhimento e auxílio para ao menos 36 ucranianos, com suporte de todos os tipos aos refugiados desde o início dos conflitos no país europeu. Os refugiados foram distribuídos pelo Humanitas entre acolhedores localizados em seis cidades brasileiras: Apucarana, São José dos Pinhais e Curitiba, no Paraná; Itapecerica da Serra e Santos, em São Paulo; e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Entre os que desembarcaram no Brasil estão um bebê de oito meses, uma mulher grávida, jovens e pessoas de até 65 anos. A maior parte é de mulheres e crianças, já que a maioria dos homens não pode deixar a Ucrânia, por conta das obrigações militares. Sete dos acolhidos já estão com passagem para retornar à Europa, por decisão própria. Eles serão encaminhados a países vizinhos à Ucrânia, para ficarem próximos a seus familiares.

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