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escola 4.0
Escola Agrícola 4.0 é fruto de ação de cooperação Israel-Paraná.| Foto: Adriano Justino/Gazeta do Povo

A doação de um biodigestor capaz de gerar até 7 horas de gás de cozinha a partir de restos de comida foi a cereja do bolo da celebração, nesta terça-feira (1º), de um acordo de cooperação voltado à área agrícola do estado. A iniciativa envolve a Secretaria de Estado da Educação, a Invest Paraná e a Câmara de Comércio Brasil Israel – BRIL Chamber, e é denominada Escola Agrícola 4.0.

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A terminologia 4.0 se baseia em um conceito usado na indústria e ligado à revolução tecnológica vista nas últimas décadas no mundo. Entre os efeitos desse avanço estão a integração digital de diversas fases de um produto, do desenvolvimento ao uso, e a criação de novos modelos de negócio, produtos e serviços.

O projeto, que será implantado no Centro Estadual de Educação Profissional Newton Freire Maia, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, onde foi feito o lançamento, tem como foco a transferência de tecnologia agrícola.

A ideia é compartilhar com alunos e professores paranaenses o conhecimento e tecnologias israelenses nas áreas de agricultura, pecuária, recursos hídricos, energias renováveis, solos e meio ambiente.

Lições criativas da pequena e árida Israel

Israel ficou conhecida por técnicas agrícolas criativas como a de gotejamento, quando reinavam os kibutz, e que hoje goza do status de um dos países mais avançados na área de microtecnologia. Hoje, o país do Oriente Médio tem unido as duas áreas para fazer do pequeno e árido território um grande produtor de todo tipo de produto agrícola, incluindo frutas de todo mundo.

E são as aplicações tecnológicas na produção rural o que, dentro dessa iniciativa inédita, podem ajudar o Paraná a ganhar em produtividade e ainda mais relevância no setor.  “O Brasil tem abundância, mas a questão ambiental está cada vez mais forte e também há um desejo de se potencializar a produção, melhorando os usos da terra”, diz o presidente da Câmara Brasil Israel, Renato Ochman.

“Israel tem diversas tecnologias, desenvolvidas desde para o uso no plantio até para a colheita, como sistemas que acompanham a vida da vegetação, com sensores ao longo de florestas, assim como aquelas usadas na prevenção a queimadas, algo fundamental para o Brasil", explica Ochman.

Ele cita o avanço do uso dos drones na agricultura daquele país, inclusive na colheita de frutas, o que acaba causando menos perdas e dando maior rapidez ao processo. Segundo Ochman, ainda na próxima semana inicia o processo de escolha da Escola Irmã em Israel que será a base do intercâmbio de alunos e professores com a escola paranaense.

"Imaginamos que em 12 meses esse projeto esteja a pleno vapor", disse ele.

Fomentar o desenvolvimento de tecnoogia

A transferência da expertise na área curricular israelense, segundo o presidente da Câmara Brasil Israel, também é uma meta do projeto, trazendo ao Paraná um diferencial daquele país no ensino agrícola.

"Em Israel, todas as universidades têm um ambiente de desenvolvimento tecnológico, a ideia então com o Escola Agrícola 4.0 é trazer um currículo bem prático em relação a isso, o que vai fazer com que o aluno tenha uma visão muito mais avançada sobre a agricultura", afirma.

Fazer mais e melhor com menos recurso

Durante o evento de lançamento do acordo, no colégio agrícola, que contou também com a presença do vice-governador do estado, Darci Piana, o secretário de agricultura do Paraná, Norberto Ortigara comentou sobre a importância da iniciativa aos alunos que acompanharam a solenidade. "Nossa cabeça precisa estar aberta para a inovação, temos que fazer mais e melhor com menos recursos, ser sustentável, e a ideia desse projeto é formar o pessoal de alta qualidade que o mercado precisa", disse ele à plateia.

Ortigara apontou algumas áreas que estão em desenvolvimento na agricultura e que fazem parte dessa revolução no campo, como a da energia renovável, do reuso da água, da nova genética e domínio do DNA, de máquinas e plataformas autônomas, do uso de bioinsumos, da agricultura mais natural e com menos carga química e do uso de inteligência artificial, entre outras inovações.

"Por que Israel está aqui? Porque eles dominam o processo da água no mundo, tanto do mar quanto do reaproveitamento de água de dejetos, porque dominam energia renovável, com biodigestores, placas fotovoltaicas e estruturas eólicas", disse Ortigara, afirmando que a agricultura segue caminhando para usar menos força bruta e usar mais inteligência.

As ações da cooperação serão realizadas no Complexo Newton Freire Maia e são compostas por três linhas.

Linhas de ação

  • Educação 4.0: promoção de trocas de informações, estudos, materiais didáticos traduzidos e adequados ao contexto paranaense, além do intercâmbio de alunos e professores entre o Paraná e Escola Irmã em Israel.
  • Feira Permanente de Tecnologia: showroom de tecnologias, produtos e inovação a ser implantado no Espaço Pense Agro. Será um Hub de Inovação Agrícola, um local de conexão a favor da inovação, que estimula a interação entre diferentes agentes para o surgimento de ideias inovadoras. A feira permanente de tecnologia consiste no acolhimento físico de postos de exposição de produtos e negócios de empresas israelenses nas áreas de interesse que, em contrapartida, devem oferecer aos professores e alunos do colégio, acesso aos maquinários, equipamentos e tecnologias, com profissional habilitado para treinamento e manuais traduzidos, como também a permissão de manejo dos referidos equipamentos.
  •  Espaço Científico-Cultural: voltado à prática de experimentos laboratoriais em conjunto com alunos e professores do CEEP Newton Freire Maia, com Empresas e Escola Irmã Israelense, a ser implantado no Espaço Pense Agro com o objetivo de desenvolver atividades de pesquisas científicas, inovação tecnológica e conhecimento nas áreas supracitadas.

A doação do biodigestor israelense, Homebiogas, foi feita pelo Consulado Geral de Israel em São Paulo para a Invest Paraná e Secretaria da Educação e do Esporte, e já está em uso na CEEP Newton Freire Maia.

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