Uma paranaense descendente de ucranianos lançou nesta semana um projeto que tem como objetivo divulgar um dos pratos mais típicos da culinária daquele país e, ao mesmo tempo, enviar ajuda para as vítimas da guerra na Ucrânia. Larissa Waszczynskyj, filha de um ucraniano sobrevivente da Segunda Guerra Mundial, começou a vender varenykys pela internet, e todo o lucro da operação será enviado a um fundo de auxílio humanitário indicado pela embaixada ucraniana no Brasil.
“É ‘varéniqui’ que fala, uma massa cozida muito macia e recheada de ricota e batata. É um dos pratos mais clássicos da Ucrânia. É um dos meus favoritos, sempre no Natal a gente comia varenyky na casa do meu avô, desde muito pequena. Era algo diferente. Em Curitiba é mais fácil encontrar o pierogi, que é até parecido com o varenyky, mas tem origem polonesa. Quando eu era criança eu contava para os amigos que eu amava comer varenyky, mas tinha que explicar que era parecido com o pierogi para as pessoas entenderem”, contou Larissa.
Guerra e pandemia ajudaram a tirar projeto do papel
Esse desejo de criança de tornar o varenyky mais presente nas mesas veio ganhando força ao longo do tempo. A empreendedora chegou a fazer um curso de capacitação para que pudesse abrir um negócio voltado à produção e comércio do varenyky, mas não conseguia tirar a ideia do papel. A pandemia de Covid-19 e a invasão russa na Ucrânia, apontou, foram fatores decisivos para retomar o projeto idealizado ainda na infância.
“É uma vontade que eu tinha desde pequena, de ter um negócio de varenykys. Não sei o motivo, mas eu sempre achei, desde criança, que as pessoas tinham que conhecer mais esse prato. Quem faz os varenykys é um tio meu. Ele tinha uma casa de massas, que acabou fechando por causa da pandemia. Quando eu vi meu tio com dificuldades com a empresa dele, pensei que talvez tivesse chegado a hora”, disse.
"Foi muito assustador quando a guerra começou"
Larissa contou à Gazeta do Povo que perdeu o contato com os parentes na Ucrânia após o início do conflito. “Foi muito assustador quando a guerra começou, quando começamos a ver as tropas russas invadindo a Ucrânia. Nós custamos a acreditar, a aceitar que aquilo era real. Nós temos familiares lá na Ucrânia, alguns dos primos até já vieram para o Brasil e tentaram morar aqui, mas tiveram que voltar. Perdemos contato com eles, mandamos mensagens e ficamos sem resposta. Não sabemos como eles estão vivendo por lá”, comentou.
“Na semana passada, uma semana depois do início da invasão russa na Ucrânia, falei com o meu marido e decidimos que não fazia o menor sentido em abrir um negócio, um restaurante ou algo parecido, mas sim algo para ajudar as pessoas lá na Ucrânia. O foco é ajudar, e não lucrar com isso”, explicou a empreendedora.
Pedidos podem ser feitos pela internet ou pelo WhatsApp
Ela compra os varenykys produzidos de forma artesanal pelo tio e vende a massa congelada, em pacotes com 10 unidades. Os pedidos podem ser feitos pelo perfil do projeto no Instagram ou pelo WhatsApp, no número (41)98804-0608. Todo o lucro, reforça Larissa, será encaminhado às vítimas da guerra, e a contabilidade será disponibilizada na internet.
“A gente pensou muito sobre isso e chegamos à conclusão de que não tem outra coisa a se fazer a não ser ajudar. Pelo menos para mim, que sou descendente. O meu pai é um ucraniano sobrevivente da Segunda Guerra. A minha família já sofreu muito por causa de guerras. Não adianta ficar só assistindo ao que está acontecendo por lá, eu senti que precisava fazer alguma coisa”, concluiu.
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