Mirante no Parque Nacional do Iguaçu, com vista das Cataratas: cartão-postal do Paraná.| Foto: Bruno Bimbato/Grupo Cataratas
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O Parque Nacional do Iguaçu, localizado em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná foi o primeiro parque do país a ser concedido à iniciativa privada. O contrato de concessão tem 20 anos, se encerra no final de 2021, e um novo processo está sendo aberto para a concessão dos próximos 30 anos. No dia 27 de abril, o Ministério do Meio Ambiente abriu consulta pública para a nova etapa.

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O parque abriga as Cataratas do Iguaçu, principal atrativo da região e terceiro destino turístico do país. Nesses 20 anos de concessão, o número de visitantes ao local quase triplicou, passando de 700 mil pessoas em 1999 para pouco mais de 2 milhões em 2019. “O crescimento da visitação é fruto de uma parceria público-privada de sucesso, entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Ministério do Meio Ambiente com o Grupo Cataratas”, disse Adélio Demeterko, diretor executivo do grupo, empresa paranaense que nasceu em Foz do Iguaçu e é a responsável pela gestão da visitação turística do Parque Nacional do Iguaçu.

Segundo ele, durante esse período foi executado um plano que transformou e melhorou a experiência dos visitantes, bem como a projeção nacional e internacional da atração natural e contribuiu para a melhoria da qualidade da conservação da natureza.

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“Foi possível ter o crescimento da visitação turística e ao mesmo tempo reduzir o impacto ambiental”, afirmou Demeterko. Segundo ele, os resultados e ganhos ao meio ambiente são notórios e públicos. “Uma grande referência para medir a qualidade ambiental são os estudos realizados no Parque Nacional do Iguaçu com a onça pintada, animal símbolo da unidade de conservação. As pesquisas revelam ano a ano o aumento da espécie”, conta.

O Grupo Cataratas informa que está analisando a proposta do edital lançado pelo Ministério do Meio Ambiente, com a intenção de participar do processo e dar continuidade à gestão do Parque.

Fachada da entrada do Parque Nacional do Iguaçu, em Foz.| Foto: Divulgação/Grupo Cataratas
Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

Participação popular

Nesta semana, por iniciativa do deputado Goura (PDT), presidente da Comissão de Ecologia, Meio Ambiente e Proteção dos Animais, foi realizada, na Assembleia Legislativa do Paraná, a audiência pública “Histórico do Parque Nacional do Iguaçu - Relevância para a Biodiversidade”. De acordo com o deputado, é preciso garantir a participação popular, especialmente da população das comunidades do entorno do parque. “Essa participação pode e deve ser feita através da consulta pública, que vai até o dia 27 de maio”, informou o deputado.

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A chefe do Parque Nacional do Iguaçu (PNI), Cibele Munhoz Amato, participou da audiência e afirmou que a nova concessão vai seguir o mesmo modelo da atual, porém, com previsão de investimentos em novos polos de visitação. Segundo ela, além do Polo Cataratas, estão previstas a concessão do Polo Ilhas do Iguaçu e Gonçalves Dias (município de Capanema); do Polo Silva Jardim (município de Serranópolis do Iguaçu); e Polo Rio Azul (Município de Céu Azul).

“Mas tudo está sendo feito de maneira que a preservação continue. Por exemplo, 5% do que for arrecadado com o turismo irá direto para a ampliação das ações de preservação”, disse Cibele.

A diretora executiva da Rede Nacional Pró Unidades, Angela Kuczach, afirmou que o PNI é o único lugar onde a população de onça pintada está crescendo, tanto na parte argentina quanto na brasileira. “Isso porque o entorno do parque está cada vez mais bem cuidado”, afirmou. Angela destacou ainda que a nova concessão vai elevar os investimentos de R$ 1 bilhão para R$ 3 bilhões proporcionando desenvolvimento econômico para toda a região.

Ônibus híbridos são usados no Parque Nacional do Iguaçu: proteção ao meio ambiente.| Foto: Marcos Labanca/Grupo Cataratas