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Vila Velha tem novos atrativos, apesar das dificuldades impostas pela Covid-19
Passeio de tirolesa sobre a Furna 2 foi uma das atrações implementadas pela concessionária| Foto: Divulgação/Soul Vila Velha

Ícone turístico do Paraná, o Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa, completou em fevereiro um ano de concessão à iniciativa privada com um balanço comprometido (como em quase todas as áreas) pela pandemia de Covid-19.

O fechamento do parque durante boa parte do período frustrou a meta de visitantes estabelecida pela concessionária Soul Vila Velha, que administrará o local até 2050, e provocou o adiamento de obras previstas para a fase inicial. Entretanto, melhorias importantes foram promovidas e o engajamento da empresa com a região é elogiado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest), responsável por fiscalizar o contrato.

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A assinatura ocorreu em 19 de fevereiro de 2020. Em seguida, haveria uma transição em dois períodos: nos primeiros 30 dias, o governo do estado continuaria operando o parque com acompanhamento da concessionária, e nos 60 dias seguintes os papeis seriam invertidos. Entretanto, antes que o primeiro período chegasse ao fim, em 16 de março, veio o decreto que fechou as unidades de conservação devido à pandemia. O parque só reabriu em 4 de setembro, com 50% da capacidade.

Nesta semana, Vila Velha chegou a 35 mil visitantes desde o início da operação privada, enquanto a meta no primeiro ano de concessão era 65 mil. “Com a pandemia, temos recebido muita gente da região, pessoas que sempre moraram perto e ficavam dizendo: ‘Um dia eu vou lá conhecer’. As pessoas estão procurando opções turísticas mais próximas”, explica Leandro Ribas, gestor da Soul Vila Velha.

Novas atrações, como ciclovia e voo de balão, já funcionam

No intervalo de quase seis meses de fechamento, a concessionária fez uma série de obras iniciais, como manutenção dos acervos, jardinagem, remodelação do centro de visitantes, sinalização vertical com identidade visual da empresa, viabilização de linhas de transporte internas e reforma da ponte sobre o rio Quebra-Perna.

Quando os visitantes retornaram em setembro, se depararam com novas atrações: passeio de tirolesa sobre a Furna 2, circuito de arvorismo, rota de 22 quilômetros de cicloturismo, voo de balão estacionário para vista aérea do parque e novas operações gastronômicas, inclusive com opções da culinária da região.

Também foram implementadas iniciativas de impacto ambiental e engajamento com a comunidade, como o Aterro Zero, projeto desenvolvido junto com a empresa de geração de resíduos KWM em que todo o lixo gerado no parque é reciclado e reutilizado, valorização da comunidade do entorno nas contratações (95% dos funcionários são do Jardim Vila Velha, bairro vizinho da unidade) e uma curadoria em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), por meio da qual artesãos e produtores locais desenvolveram souvenirs para a loja do parque.

Segundo Ribas, havia previsão de maiores investimentos na fase inicial em marketing e na estrutura, entre eles a reestruturação do receptivo em Furnas e o projeto de restauração do elevador, que acabaram adiados em razão da pandemia. A primeira obra deve ter início ainda este ano e a segunda está em fase de cotação de projetos. “Deve demorar mais por exigir estudos ambientais e geológicos, mas, pela concessão, a Soul Vila Velha tem cinco anos para definir uma destinação para o elevador”, aponta o gestor.

Rafael Andreguetto, diretor de políticas ambientais da Sedest, afirma que, apesar das dificuldades geradas pela pandemia, a Soul Vila Velha tem cumprido todos os itens obrigatórios em contrato.

“Fazer um balanço nesse momento seria até maldade. Mas, mesmo com essas privações, a concessão mudou totalmente a cadeia produtiva do turismo nos Campos Gerais. Vila Velha é um ícone e um atrativo-âncora para a região. Houve uma integração com outras unidades de conservação, com hotéis, restaurantes, a comunidade local. Mesmo sem impacto financeiro, esse impacto foi importante para a região”, justifica.

A Sedest, por meio do Instituto Água e Terra (IAT), faz a gestão e fiscalização do contrato e a gestão ambiental da unidade de conservação como um todo, já que foram concessionadas apenas as áreas de uso público.

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