Paulo Martins pretende se colocar como escolha da direita para as eleições municipais de 2024 na capital paranaense.| Foto: Divulgação/Paulo Martins
Ouça este conteúdo

Representante da direita paranaense, o ex-deputado Paulo Martins (PL-PR) tem articulado sua pré-candidatura à prefeitura de Curitiba para 2024. Apesar das aspirações para as próximas eleições municipais, Martins não descarta candidatar-se ao Senado, caso a vaga que hoje é do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-PR) seja colocada em disputa, em um pleito suplementar.

CARREGANDO :)

Receba as principais notícias do Paraná pelo WhatsApp

Mesmo que considere a política um segmento de inúmeras e inesperadas mudanças em um curto espaço de tempo, Paulo Martins promete ser um aliado do Palácio Iguaçu, sede do governo estadual, caso vença a corrida pela prefeitura da capital. Em entrevista à Gazeta do Povo, o ex-deputado disse entender a opção do governador Ratinho Junior (PSD) de apoiar Eduardo Pimentel (PSD) em 2024. Mais que isso, Martins diz que faria o mesmo se estivesse na pele do atual governador. No âmbito nacional, ele não demonstra preferência, cita nomes, mas é contundente em dizer que a direita precisa derrotar o Partido dos Trabalhadores (PT) e a TV Globo.

Publicidade

A jovem liderança do Partido Liberal paranaense pontua que sempre teve o apoio de Ratinho Junior. O que atrapalhou, segundo ele, foram outros atores. “Eu sempre tive o apoio do governador. Ouso dizer que ele me apoiou e foi mais presente na minha campanha ao Senado em 2022 do que esteve, por exemplo, auxiliando o ex-presidente Jair Bolsonaro. Acontece que alguns grupos políticos próximos a ele não entendiam que eu era a melhor opção”.

Paulo Martins compreende que tanto governo do Paraná quanto prefeitura de Curitiba não o carreguem até a vitória. Pimentel é secretário estadual de Cidades e vice-prefeito da atual gestão Rafael Greca (PSD), na capital paranaense. Para Martins, faz sentido que ele seja um novo nome em meio a tantas figuras conhecidas, como ocorreu nas eleições de 2022 para o Senado Federal.

“Eles escolheram o Eduardo Pimentel e, sinceramente, não existe nenhum problema nisso. Respeito a decisão, pois sei que a novidade sou eu. Tenho a convicção de que o meu partido, com o tamanho que tem na política nacional, necessita estar no topo da capital mais importante do país. Curitiba é defensora das pautas e das convicções que eu tenho sobre o presente e o futuro”.

Paulo Martins (PL-PR)

Paulo Martins também faz referência às pesquisas eleitorais e questiona as imprecisões, especificamente, nas veiculadas às vésperas da eleição de 2022. “No entanto, entendo como fator definitivo para minha derrota a imprecisão das pesquisas eleitorais, especialmente a pesquisa fraudulenta produzida pelo Ipec, publicada na véspera da eleição e que apontava que eu tinha apenas 14% e Moro 41%. Eleitores deixaram de votar em mim por acharem que eu não tinha chances. Até hoje me relatam isso nas ruas. É incrível”, esclareceu.

Senado é logo ali

Apesar das aspirações para 2024, Paulo Martins não descarta candidatar-se ao Senado, caso a vaga de Sergio Moro volte a ser disputada. Já é uma questão pacificada, inclusive, entre ele e o partido. A construção de raciocínio e estratégia para a vaga e todo o trabalho que foi desenvolvido ano passado estão em cima da mesa, de acordo com ele.

Publicidade

“Se não for agora e for em 2026, eu vou disputar, é natural. Eu trato isso com discrição porque ainda existe uma decisão da justiça para acontecer e minha intenção nunca será a de atropelar etapas. Agora, se for indicado que algo está em desacordo e o atual senador tiver que sair, não há o que se discutir e eu serei o nome para a vaga”, ressaltou Martins.

Além da decisão firmada com o partido, não há, segundo ele, qualquer movimentação ou aliança para desenhar uma eventual preferência por seu nome. O jogo será jogado dentro do que vier a acontecer, à parte todo o trauma que uma cassação pode causar aos envolvidos. “Lei é lei e regra é regra e eu não fujo disso. Uma saída por meio de uma cassação gera traumas suficientes e não há qualquer fundamento em piorar ainda mais uma situação como essa. O que é certo é a minha candidatura para dar continuidade ao caminho que começamos a trilhar nas últimas eleições”.

A direita não procura nomes, alguns nomes procuram a direita

Já para a Presidência da República, Paulo Martins enxerga um longo percurso a ser feito, seja qual for o nome escolhido pelo “polo verde e amarelo”, nome dado por ele à direita que deveria reassumir o país. Mais que isso, o ex-deputado federal entende que não é o seu lado político que deve procurar nomes, mas os nomes irão se aproximar de forma natural, especialmente, do Partido Liberal atual. “Seja lá qual for o nome, a direita vai ter que derrotar o PT e a Globo”.

É cristalino para Martins que a figura de Jair Bolsonaro vai refletir por um bom tempo como exemplo a ser seguido para a obtenção de votos em qualquer esfera, principalmente no Palácio do Planalto. “A ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, surge, sim, com um potencial eleitoral muito abrangente e pode ser que o partido dê essa chance a ela. Mas tudo isso depende de uma série de externalidades até 2026. É muito difícil projetar o Brasil em três, quatro anos, ainda mais se tratando de macropolítica”.

Para especificar o quão complexo é o ambiente político brasileiro, Paulo lembra que, em 2014, Aécio Neves saiu como vitorioso de uma apertada eleição e depois ruiu. Já em 2018, o atual presidente da República não gozava, sequer, da liberdade. “Se alguém dormiu em 2019 e acordou agora, não vai entender o que um ex-presidiário faz na Presidência da República, por exemplo. Muito menos irá compreender porque Bolsonaro não se reelegeu, apesar da enorme popularidade amplamente veiculada pelo Brasil afora”.

Publicidade

Outrossim, Paulo crê que o cenário instável deve creditar àqueles que possuem um pouco do protagonismo buscar se legitimar, mas esses não terão o controle do processo inteiro. “No Congresso é onde surgem as principais vozes de debate e é comum que isso ocorra, mas é óbvio que figuras como o governador Ratinho, reeleito em primeiro turno, e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), largam com destaque nessa corrida, com o Tarcísio (de Freitas, governador de São Paulo pelo Republicanos) um pouco atrás, até por estar no exercício do primeiro mandato. A verdade é que a direita está amadurecendo e buscando uma identificação e tem muita gente interessada em fazer parte desse processo”, conclui Paulo Martins.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]