Um erro de digitação em uma carteira de identificação falsa obrigou o Primeiro Comando da Capital (PCC) a suspender os planos para o sequestro do senador Sergio Moro (União) no dia 30 de outubro do ano passado, durante o dia de votação no segundo turno das Eleições de 2022, no Clube Duque de Caxias, em Curitiba (PR).
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A informação foi publicada nesta sexta-feira (28) pela Revista Veja com base em documentos das investigações que resultaram na prisão de nove envolvidos no planejamento do crime pela facção durante a Operação Sequaz, deflagrada pela Polícia Federal no dia 22 de março deste ano. Ao todo, o processo tem mais de 6 mil páginas e detalha como foi realizado o monitoramento do ex-juiz da Lava Jato e da família do então candidato ao Senado, entre eles, a esposa Rosângela Moro que foi eleita deputada federal.
O monitoramento para o sequestro de Moro começou em maio de 2022 com células em Curitiba e São José dos Pinhais (PR), São Paulo e Sumaré (SP), com intensificação do planejamento a partir de setembro. A data do segundo turno foi escolhida pois a facção tinha informações de que o candidato ficaria sem escolta policial a partir de 24 de outubro.
Segundo a revista, um apartamento foi alugado na capital paranaense para funcionar como base operacional do PCC, no plano batizado de “Paraná 1” para o sequestro de Moro. O local ficava a cerca de 40 quilômetros de uma chácara que foi alugada para servir como cativeiro após o sequestro do ex-ministro da Justiça.
Durante a chefia do Ministério na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Moro foi responsável pela transferência do líder do PCC, Marcos Camacho, o Marcola, para a Penitenciária Federal de Segurança Máxima, em Brasília. Assim, a facção tinha o plano de trocar a vida do sequestrado pelo retorno de Marcola ao presídio em São Paulo, estado de forte atuação da maior facção criminosa do País.
Mas, de acordo com a Veja, o entra e sai do apartamento chamou a atenção de vizinhos. No momento da checagem de documentos, a imobiliária verificou que um dos documentos de identidade apresentava como local de nascimento a cidade de Cascavel, no oeste do Paraná, como se o município fosse do estado de São Paulo, o que confirmava a falsidade do documento.
Depois disso, o plano do sequestro de Moro foi suspenso e retomado depois do resultado das Eleições, a partir de novembro. Pelo Twitter, o senador se manifestou sobre a publicação da reportagem e disse que trabalha na Comissão de Segurança do Senado pelo endurecimento das leis contra o crime organizado.
"Ampliação do confisco de bens do crime, expansão do Banco de DNA de criminosos e criminalização do planejamento de ataques pelo crime organizado contra agentes da lei são algumas ações já tomadas em nosso mandato", postou o senador.
Segundo a revista, as investigações continuaram depois que um ex-integrante da alta cúpula do PCC pediu proteção em troca de informações ao procurar o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de São Paulo.
A partir dessas informações, a Justiça autorizou a quebra de sigilos telefônicos e interceptações, que resultaram nas prisões durante a operação da Polícia Federal no último mês de março.
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