A pressão para liberar o trânsito sem cobrar pedágio nas praças do Paraná é intensa, mas a medida pode ser muito prejudicial aos usuários em geral. É que no contrato de concessão do chamado Anel de Integração – formado por 2,5 mil quilômetros de rodovia – o fluxo faz parte do risco das concessionárias. Ou seja, se há pouco movimento nas estradas (como está acontecendo desde março), as empresas é que ficam no prejuízo.
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Contudo, se o governo estadual determina a abertura de cancelas, o valor que deixará de ser arrecadado será contabilizado no próximo reajuste de tarifa, baseado em uma estimativa de fluxo, e não no trânsito real, e a conta será paga por todos os motoristas que circulam pelo trecho. Além disso, se o prazo sem arrecadação se estender por muitos meses, abre brecha para o pedido de prorrogação do contrato, que vence em novembro de 2021.
Atualmente, o desembolso com o pedágio está incorporado às despesas com frete. Normalmente o valor recebido pelos caminhoneiros já considera as tarifas – isso quando o profissional não recebe um vale-pedágio. Em alguns lugares, profissionais de saúde estão sendo liberados pelas empresas.
Procurado pela Gazeta do Povo, o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex de Oliveira, informa que não pode simplesmente liberar a cobrança, como se não houvesse a possibilidade de a fatura chegar no futuro. Ele acrescentou que se as empresas se comprometerem a não cobrar o ressarcimento, o governo pode autorizar a liberação. É que diante do fluxo baixo e dos apelos de funcionários para ficarem em casa, as concessionárias eventualmente poderiam considerar a suspensão da cobrança.
O secretário comentou que deve se intensificar nos próximos dias a distribuição gratuita de tags (dispositivos eletrônicos que permitem a passagem pela praça de pedágio com cobrança futura). Com isso, espera-se diminuir ainda mais o contato entre as pessoas. Ele destacou que algumas empresas, como a Caminhos do Paraná e a Rodonorte, estão voluntariamente oferecendo melhorias aos caminhoneiros, como reforços nas estruturas de atendimento e divulgações sobre os locais em funcionamento para alimentação e abastecimento.
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