Um dos aspectos que chama mais a atenção no estudo para o novo pedágio do Paraná, a ser licitado no ano que vem, é a quantidade proposta de duplicações: seriam 2,4 mil quilômetros a mais em pista dupla. É a distância entre Curitiba e Salvador. Para se ter uma ideia, considerando todas as rodovias que cortam o estado, atualmente há cerca de 1,2 mil quilômetros de duplicações. Se a modelagem apresentada for considerada viável, significaria que o Paraná passaria a ter, num futuro breve, 3,6 mil quilômetros de duplicações.
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Reclamação recorrente dos paranaenses, a falta de pistas duplas causa desconforto e, o mais grave, colisões frontais, geralmente com mortes, em pontos sem áreas seguras de ultrapassagem. Atualmente, alguns dos trechos mais caros de pedágio no Paraná são em pista simples. Caso o contrato de pedágio assinado em 1997 tivesse sido seguido, o estado teria mais 400 quilômetros de pistas duplas. Mas modificações feitas (aditivos contratuais) em 2000 e 2002 suprimiram tais obras. As atuais concessões vencem em novembro de 2021 e devem ser substituídas, com base em novas regras a serem estabelecidas.
Além de outras obras, como contornos e viadutos, estipulados no estudo, as duplicações contribuem para tornar volumoso o pacote de investimentos, estimado em R$ 42 bilhões – representando a maior concessão rodoviária a ser realizada no país. Como revelou a Gazeta do Povo, uma das premissas é duplicar inteiramente a BR-277, importante rodovia que corta o estado de Paranaguá a Foz do Iguaçu e que em seus 726 quilômetros de extensão tem quase 500 km em pista simples.
O estudo dos trechos que precisam ser duplicados está a cargo da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), estatal do governo federal que está trabalhando em parceria com o IFC, braço de projetos do Banco Mundial. O trabalho será entregue para o Ministério da Infraestrutura e para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), onde passará por ajustes antes de ser levado para audiências públicas, quando a população impactada pelo pedágio poderá apresentar sugestões e reclamações.
Contexto
Bem colocado no ranking nacional, o Paraná está longe de ter o nível das rodovias de São Paulo (que concentra cerca de metade das duplicações do país), mas está na sexta posição no Brasil, quando quando comparada com a quantidade total de rodovias pavimentadas. E está bem melhor do que o Rio Grande do Sul, que tem menos de 700 quilômetros em pista dupla. Por muito tempo, o ritmo no Paraná foi de 22 quilômetros duplicados por ano. Agora, com algumas obras do pedágio em reta final, como um longo trecho da BR-376 entre Ponta Grossa e Mauá da Serra, a média anual cresceu consideravelmente.
Apesar de facilitar o tráfego, a duplicação não é indicada para todo o tipo de rodovia. Trechos com fluxo superior a mais de 7 mil veículos por dia mereceriam uma segunda faixa. Trajetos de serra ou em perímetro urbano, com grande proporção de veículos pesados ou rodovias com problemas no traçado interferem na decisão de duplicar uma via. Entre os critérios está o volume de tráfego, inclusive por sazonalidade, como temporada e safra. Também é considerado na avaliação o índice de acidentes. Outro fator que influencia é o chamado nível de serviço, que pode ser traduzido em velocidade média baixa em função de trechos de serra ou muito sinuosos, com longa faixa contínua ou sem terceira faixa.
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