Rodovias sem praças de cobrança ou cancelas, mas com pedágio. Essa é uma das possibilidades que estão sendo levantadas pelo estudo encomendado pelo governo federal para definir mudanças nas concessões de rodovias do Paraná.
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O sistema free-flow já é amplamente usado fora do Brasil – principalmente Estados Unidos e Europa e tem no Chile um dos exemplos de maior eficiência. No Brasil, ainda não foi implantado, mas há um ponto de teste em São Paulo. Os veículos não param para a cobrança de pedágio. Portais, com sensores e câmeras, registram a passagem. A tarifação eletrônica também permite o pagamento proporcional aos quilômetros percorridos na via.
A possibilidade de abrir mão das caras estruturas de praças, que incluem sistemas de recolhimento de dinheiro, por exemplo, e de não precisar ter funcionários 24 horas por dia para fazer o trabalho poderia baratear o sistema. A tarifação eletrônica pode ser incentivada, de acordo com os primeiros levantamentos, a partir de pedágios mais baratos para quem tem sensores no veículo.
Contudo, ainda não há regulamentação no país para esse tipo de cobrança (seria necessário mudar a legislação e estabelecer algum tipo de obrigatoriedade para o uso de tags ou outros dispositivos que pudessem reduzir a sonegação e evasão). Por causa disso, é possível que a próxima licitação de concessões considere o uso de free-flow, mas estabeleça um processo de implantação gradual, até que as adequações necessárias fossem feitas.
Outra mudança estudada é o desconto gradativo para quem mais usa a rodovia. A ideia é que quem more perto dos pontos de cobrança e precise se deslocar de uma cidade para outra ou também os motoristas profissionais, dependentes das estradas, tenham algum tipo de amortização para que as tarifas não fiquem tão pesadas no orçamento. A forma como o desconto gradual seria aplicado ainda está em avaliação.
Também está em análise a possibilidade de valores diferenciados para rodovias de pista simples e dupla. Ou mesmo a permissão para o início da cobrança somente depois da duplicação da via. Para quem quer rodovias melhores e sem congestionamento, há ainda a possibilidade de valores mais caros para vias de trânsito rápido, aos moldes do que é praticado na região de Miami, nos Estados Unidos.
A expectativa é de que o estudo para a modelagem do novo Anel de Integração do Paraná fique pronto em nove meses e sirva de base para o edital de licitação a ser lançado em 2020, visando definir as empresas que assumirão 4,1 mil quilômetros de rodovias no final de 2021 quando acaba o prazo das concessões atuais. Ao custo estimado de R$ 62 milhões, o trabalho será feito pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL), estatal federal, em parceria com o International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial para financiamento de projetos de infraestrutura.
Leia mais sobre o assunto
A Gazeta do Povo publicou, em 2018, uma reportagem especial, mostrando quais são as tecnologias mais avançadas no setor de pedágio no mundo e quais poderiam ser usadas no Paraná. Também um material que demonstra como as tarifas poderiam ser mais baratas, caso algumas medidas sejam tomadas durante o processo de licitação, que deve ser aberto no ano que vem.
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