Em pouco mais de quatro meses, em 29 de março de 2020, Curitiba poderá ter velhos conhecidos com uma nova cara. Para o aniversário de 327 anos da capital, a DC Set, empresa de eventos gestora do Parque das Pedreiras, pretende inaugurar a primeira parte de um projeto ousado capaz de integrar Ópera de Arame e Pedreira Paulo Leminski de vez ao calendário regular da cidade, não apenas de eventos. Nos planos da empresa, que controla ambos os espaços há sete anos, o objetivo é transformar dois dos cartões-postais curitibanos em um parque dedicado à música.
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O Parque das Pedreiras funciona em um modelo de concessão. Desde 2012, é gerido pela iniciativa privada com pagamento de outorga para a prefeitura. O contrato de gestão vai até 2037.
“Nossa intenção é fazer com que elas [Pedreira e Ópera] se tornem vivos tanto durante o dia, quanto durante a noite”, diz Hélio Pimentel, vice-presidente de Operações do Parque das Pedreiras e sócio da DC Set Eventos. Ele indica que a transformação dos espaços está em fase avançada de planejamento. No aniversário da cidade, sua empresa deverá inaugurar um esperado teleférico ligando os dois pontos, que são vizinhos, com uma vista panorâmica da exuberante área verde no Abranches. “Na chegada do teleférico [que sairá da Ópera de Arame e aportará em um dos pontos mais altos da Pedreira] haverá uma escultura de guitarra de 30 metros, de onde o visitante poderá ter uma vista do parque todo” diz o empresário.
É apenas uma parte de uma série de atrações. “No Canto das Pedras, que é um deck em frente ao lago da Pedreira, teremos um Bar do Victor [unidade de um tradicional restaurante de Curitiba]. Vamos criar no camarote [também da Pedreira], exposições de fotos recentes e lembranças do que foi [esse ambiente] no passado. O visitante vai poder viajar na história através de fotografias e textos", diz.
Segundo o gestor, haverá visitação também nos camarins da Pedreira, que serão customizados e onde as pessoas entrarão e encontrarão guitarra, violão e um telão com shows de Paul Mccartney, Elton John, Guns 'N Roses e outras personalidades da música que já estiveram sentadas ali. Nos finais de semana, no palco da Pedreira, haverá prática de ioga, tai chi chuan e contemplação, descreve o idealizador, que agora corre contra o tempo para cumprir o cronograma.
Novidades para os próximos anos
A oferta de mais atrações na Ópera e Pedreira une a potencialidade natural dos espaços com a necessidade de criar um plano de negócios capaz de gerar receita para a concessionária. “É uma busca de alternativas, através destes empreendimentos, para aumentar a visitação. A Pedreira, só pelo que ela é [um espaço para grandes shows] não é um bom negócio, então estamos procurando alternativas para crescimento do faturamento”, aponta Hélio Pimentel. “Em janeiro, fevereiro, junho, julho e agosto, a Pedreira quase nunca tem show porque, ou é frio, ou é período de férias”, lamenta.
Para driblar o que não está sob controle, a empresa projeta mais atrativos culturais e de lazer para os próximos anos. “Vamos criar a Rua da Música [no espaço logo após a entrada da Pedreira Paulo Leminski], com operações de gastronomia de altíssimo padrão, restaurantes temáticos e espaços de música... Pop rock, rock clássico, brasileira. Haverá apresentações em formato acústico. É uma rua que enaltece a música em seus mais diversos aspectos. Esse projeto é para o final de 2020”, diz Pimentel.
No ano seguinte, sua empresa planeja inaugurar o que chama de Memorial da Sustentabilidade. “Ele ocupará uma área por onde os artistas chegam e que não é aberto hoje. Ali, a natureza é linda. O memorial será uma estrutura cúbica, feita de ferro, alumínio e garrafas PET, em vez de tijolos, com proteção de drywall e tratamento acústico. Servirá como um anfiteatro. As pessoas terão lá um impacto sonoro, visual e olfativo do que representa a música e a natureza para o mundo e para os moradores de Curitiba”, explica.
Pimentel ainda indica que a Pedreira receberá estúdios de ensaio e gravação, também neste espaço hoje restrito ao staff dos eventos. “Incluirá um espaço climatizado para exposições itinerantes de músicos e três pequenos estúdios, mais ou menos mostrando como ele eram nos anos 1960, quando Elvis Presley gravava, e nos anos 1970, e atualmente, com mesas de som mais modernas. Haverá também um espaço com exposição de instrumentos do mundo todo”, avisa o gestor. Esta etapa será concluída em 2022.
O projeto todo está orçado entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões. Segundo a DC Set, a maior parte dos alvarás para as atividades já foi expedida.
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