Cinco universidades paranaenses estão entre as melhores do mundo, segundo o ranking do Center for World University Rankings (CWUR). Com sede nos Emirados Árabes Unidos, a organização classifica duas mil universidades, entre 19.788 instituições de ensino superior, públicas e privadas, do mundo todo. De acordo com reitores das universidades do Paraná, maturidade acadêmica e investimento em produção científica de qualidade colocam as instituições no topo do estado.
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O ranking avalia a qualidade da educação, do corpo docente e da produção científica. Entre as instituições paranaenses, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) tem a melhor colocação. “É uma grande vitória manter esse protagonismo absoluto no Paraná, mas também estar em uma liderança nacional e internacional. A UFPR tem crescido e estado sempre entre as melhores universidades brasileiras”, diz o reitor da universidade, Ricardo Marcelo Fonseca. Na classificação nacional, a federal paranaense ficou na 11ª colocação.
Também estão entre as melhores instituições do mundo, segundo o CWUR, a Universidade Estadual de Maringá (UEM), entre as 34 brasileiras; a Universidade Estadual de Londrina (UEL), entre as 36; a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), na 37ª posição nacional; e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), na 46ª posição brasileira e única universidade particular entre as paranaenses.
De acordo com Fonseca, as universidades públicas costumam ter destaque nessas classificações: “Acho importante que a gente siga mostrando essa qualidade, considerando o grande arranjo orçamentário nos últimos anos”.
O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UEL, professor Amauri Alcindo Alfieri, concorda. “Sem dúvida, o incentivo de agências de fomento à pesquisa, tanto no âmbito federal quanto estadual, é fundamental para que possamos consolidar e, principalmente, incrementar nossas ações de pesquisa e inovação”, aponta.
O gestor da UEL também destaca o instituto árabe como responsável por um dos principais rankings acadêmicos globais. Prova disso é que as universidades também se encontram em evidência em outras classificações mundiais.
Paranaenses entre as mais sustentáveis do mundo
Nesta semana, o jornal britânico The Times publicou o Impact Ranking 2022, da Times Higher Education (THE), uma das principais classificações mundiais. UFPR, PUC-PR, UEM e UEL, além da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), estão entre as principais instituições de ensino superior do mundo em relação ao desenvolvimento sustentável, com destaque para as estaduais.
O ranking avalia universidades de diferentes continentes em relação aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). A classificação se baseia em dados enviados pelas próprias instituições, conforme indicadores estabelecidos para cada ODS. Nesta quarta edição, 1.406 universidades de 106 países participaram do levantamento.
No topo da região sul do Brasil, estão a UFPR e a UEM, entre as 4 maiores do país. Além da instituição de Maringá, outras 3 universidades de gestão estadual estão no ranking. De acordo com o superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do governo do Paraná, Aldo Nelson Bona, existe um forte trabalho para destacar universidades estaduais em diferentes rankings.
"É importante para ganhar visibilidade. Nós estimulamos as universidades a aprimorarem a divulgação de informações internas, especialmente sobre iniciativas de desenvolvimento sustentável. A maior parte dos rankings avalia os sites das universidades", aponta. A UEL está na 18ª posição nacional; a Unioeste na 29ª; e a UEPG, na 35ª. Já a PUC-PR na 19ª, sendo classificada como a melhor instituição de ensino superior privada do estado.
Maturidade acadêmica é fator importante
Bona também destaca a importância do amadurecimento das instituições. “As mais antigas são as que recebem destaque nos rankings. A maturidade acadêmica das nossas universidades é o principal fator para que as estaduais conquistem cada vez mais esses espaços”, revela.
De fato, a UFPR, que costuma ser a líder paranaense, tem 109 anos de história. As estaduais de Maringá, Londrina e Ponta Grossa têm 52 anos e aparecem na maioria das últimas classificações mundiais, à medida que se tornam mais antigas e tradicionais. A PUC-PR, única particular que aparece em mais de um dos principais rankings, tem tradição de 63 anos de ensino.
PUC-PR: investimento em pesquisa foi diferencial
Apesar dos rankings destacarem quase que exclusivamente as instituições públicas, a PUC-PR está presente em diversas classificações internacionais nos últimos anos. A universidade particular fundou um curso de doutorado somente em 2003, por isso tem uma curta trajetória dentro da pesquisa. E, na última década, tem investido em estratégias de inovação de destaque mundial.
No Brasil, as universidades particulares costumam ter um perfil mais voltado para a formação de profissionais para o mercado, enquanto as universidades públicas se concentram mais em produção científica. No entanto, a PUC-PR optou por se dedicar também à pesquisa e à inovação e isso colocou a universidade particular em destaque, ao lado de instituições federais e estaduais.
“Nós desenhamos uma estratégia em 2010. Cinco anos depois, estávamos em primeiro lugar do país em uma das dimensões do THE: o impacto internacional de pesquisa”, comenta a pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, professora doutora Paula Cristina Trevilatto. Em seguida, em 2017, veio outra premiação: quando a PUC-PR esteve entre as 10 maiores depositantes de patentes do país. “Investimos em pesquisas de qualidade e relevantes para o mundo com alto teor de inovação”, finaliza Trevilatto.
Professores também estão no ranking dos principais cientistas
Onze universidades paranaenses têm professores classificados entre os 10 mil melhores cientistas brasileiros. Igualmente, mais da metade dos que foram citados no ranking estão entre os mais bem qualificados na lista dos 10 mil melhores cientistas latino-americanos. O ranking é do AD Scientific Index, que classifica pesquisadores e universidades de todo o mundo.
O professor Carlos Ricardo Soccol, da UFPR, está entre os 66 maiores cientistas do Brasil, e o professor Ângelo Antonio Agostinho, da UEM, entre os 72.
Entre as 522 instituições brasileiras ranqueadas, a UFPR ocupa a 17ª colocação nacional e está entre as 12 maiores universidades da América Latina. Já a UEM está na 29ª posição nacional e o 65º lugar latino-americano, reunindo 574 pesquisadores. Na sequência, com 310 cientistas, a UEL está no 33º lugar do país e 71º da América Latina.
A Unioeste está em 132º lugar nacional e 308º na América Latina; seguida pela UEPG, que conta com 99 cientistas listados, ocupando a 64ª colocação no Brasil e a 127ª posição latino-americana; e pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), com 74 pesquisadores, nas posições 127 e 393, no Brasil e na América Latina, nessa ordem.
Também constam na lista a Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), com 20 pesquisadores, ranqueada em 204º lugar no Brasil e 531º na América Latina; por fim, está classificada também a Universidade Estadual do Paraná (Unespar), que reúne nove cientistas, na 233ª posição entre as instituições brasileiras e no 634º lugar na América Latina.
Em 12 áreas distintas, o levantamento se baseia no desempenho científico e valor agregado da produção acadêmica individual dos pesquisadores, destacando os coeficientes de produtividade total dos últimos cinco anos. Assim, os resultados são obtidos por indicadores mundiais de produção científica, além de citações no Google Acadêmico, um dos principais mecanismos digitais públicos de busca de literatura científica.
Pesquisa contribui para desenvolvimento econômico e social
O reitor da UEM, professor Julio Cesar Damasceno, associa o fomento da produção científica ao desenvolvimento econômico e social sustentáveis. “A pesquisa é extremamente importante e estratégica para a produção do conhecimento, qualificação e formação de pessoas. Por isso, as universidades se consolidam como elementos fundamentais para o desenvolvimento econômico, social e sustentável, nos mais diversos territórios e regiões do país”, afirma.
Outra classificação, feita pela plataforma internacional de pesquisa acadêmica Research.com, colocou entre os melhores cientistas do mundo 22 professores ligados às instituições UEM, UEPG, UEL, UFPR e PUC-PR. Os pesquisadores foram avaliados pela produção científica e o impacto dos artigos acadêmicos publicados, catalogados no Google Acadêmico e no Painel Acadêmico da Microsoft.
Destaque em inovação e impacto social
Dez instituições universitárias do estado também estão no ranking do SCImago Institutions Rankings (SIR), classificação internacional que utiliza indicadores de desempenho em pesquisa, resultados de inovação e impacto social pela visibilidade na Internet. O instituto é ligado ao Conselho Nacional de Pesquisa da Espanha, a terceira maior instituição pública de pesquisa científica e tecnológica da Europa.
Em diversas áreas, entre elas Medicina Veterinária, Ciências da Terra e Planetárias e Inovação, receberam destaque: a UFPR, na 12ª posição nacional; a UEM na 13ª do Brasil; a UEL na 24ª posição nacional; a UEPG na 47ª posição brasileira; a PUC-PR na 79ª posição nacional; a UTFPR na 80ª posição do Brasil; e a Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná, 125ª posição nacional.
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