A maioria dos industriais do Paraná está otimista em relação a 2022. Segundo pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), 68,7% dos empresários do setor estão dispostos a investir e contratar ao longo do próximo ano, mesmo com os desafios impostos pela pandemia de Covid-19 e com o cenário macroeconômico do país.
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A Sondagem Industrial foi divulgada nesta quarta-feira (15). O índice é maior do que a média dos últimos 10 anos, que foi de 66,7%, mas repete o resultado de 2020. O levantamento mostrou que 67,8% dos industriais enxergam perspectiva de crescimento das vendas, 39% acreditam na abertura de novos mercados e 33,6% têm previsão de realizar investimentos.
“Há ainda muitos desafios a serem superados, mas o industrial enxerga possibilidades reais de uma retomada em 2022”, diz o presidente da Fiep, Carlos Valter Martins Pedro. Segundo ele, o aprendizado da crise (causada pela pandemia), o avanço da vacinação e a retomada dos setores de comércio e serviços contribuíram para a recuperação das indústrias neste ano.
Para o presidente da Fiep, a concretização dos planos dos empresários se torna mais viável se forem tomadas as medidas necessárias para melhorar o ambiente de negócios no país, como a reforma tributária. Martins Pedro destaca ainda como medidas necessárias o controle da pandemia, soluções eficientes para sanar as crises hídrica e energética, e redução dos custos de produção. “Se esses pontos não forem atacados, podem frear o crescimento tão almejado pelos empresários e por toda a sociedade”, completa.
Os empresários entrevistados revelaram que o cenário político-eleitoral de 2022 pode impactar os negócios. “A piora no ambiente político nacional foi sinalizada como um fator que pode comprometer a performance das empresas”, destacou o economista da Fiep, Marcelo Alves. O aumento dos custos, a escassez de matéria-prima e a redução das vendas também foram apontados como eventuais entraves.
Os entrevistados revelaram ainda como preocupações a falta de mão de obra qualificada, a dificuldade de acesso ao crédito, a baixa demanda no mercado interno e as oscilações cambiais.
No total, os pessimistas em relação a 2022 somam 5,1% dos entrevistados, enquanto 26,4% se mostraram cautelosos e expressaram expectativa neutra para 2022. A pesquisa Sondagem Industrial foi realizada com cerca de 50 mil estabelecimentos industriais de 37 segmentos, que geram mais de 814 mil empregos no estado.
Em relação a 2021, 60,4% avaliaram o ano como bom ou muito bom por causa do crescimento das vendas e dos investimentos realizados. Apenas 11,5% das empresas pesquisadas tiveram desempenho “ruim” ou “muito ruim” e os motivos variam entre redução de vendas, aumento dos custos de matéria-prima e de produção. Para 28,1% a performance em 2021 tem sido regular.
73% têm planos de investir em 2022
“Um bom sinal de retomada é quando o empresário revela claramente a intenção de investir”, destaca o economista Marcelo Alves. Ele conta que 73% dos respondentes afirmaram que têm planos de investir em 2022. As prioridades são em melhoria de processos, produtos ou serviços (64,5%), para reduzir custos de produção (48,7%) e ampliar a capacidade produtiva (45,4%).
Quase 100% das grandes companhias confirmaram que os investimentos serão feitos para ampliar a capacidade produtiva, logística e para melhorar produtos e serviços.
Já entre as de tamanho médio, 77% vão utilizar os recursos para reduzir custos de produção e ampliar a capacidade interna. As pequenas priorizarão melhoria em processos e produtos e a redução de custos de produção. E os microempreendedores querem melhorar a qualidade.
Os recursos próprios serão a principal fonte de investimentos para 67,5% dos entrevistados. Os investimentos têm ligação com as estratégias das indústrias para 2022. Mais de 30% devem apostar em desenvolvimento de novos negócios, aumento da capacidade produtiva/nova unidade industrial e incorporação de novos produtos à linha. Já para 20% a prioridade será aumentar o valor agregado dos produtos, segmentar os canais de vendas e investir em desenvolvimento e inovação.
As exportações despontam como um bom caminho para o crescimento da indústria. Entre as grandes, 91,7% devem adotar essa estratégia. Entre as médias, o índice cai para 62,8%. E entre as pequenas, só 24,7% devem vender para fora do país.
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