Dos 21 grupos populacionais considerados prioritários na fila da vacinação contra a Covid-19 no Paraná, as pessoas que apresentam algum tipo de comorbidade representam uma parcela expressiva. O número estimado de moradores do Paraná pertencentes ao grupo, e que possuem entre 18 e 59 anos de idade, é superior a 1 milhão: são 1.172.812, de acordo com o plano estadual de vacinação contra a Covid-19. O dado utilizado pelo governo do Paraná vem da “Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019” feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em número de pessoas, o grupo daqueles com comorbidades perde apenas para a parcela dos idosos (pessoas com mais de 60 anos de idade), formada por 1.781.813 pessoas.
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De acordo com o governo do Paraná, a expectativa é vacinar todo o grupo prioritário até o final de maio. Mas cada município deve organizar seu plano de vacinação próprio, a partir das diretrizes dos planos nacional e estadual de vacinação. Em Curitiba, por exemplo, a prefeitura estima que cerca de 300 mil pessoas entre seus moradores com menos de 60 anos têm comorbidades ou alguma deficiência permanente e severa. O número também inclui pessoas que têm Síndrome de Down, em função das comorbidades que podem estar associadas à trissomia do cromossomo 21.
A estimativa consta no plano municipal de vacinação, que também traz uma descrição das comorbidades (veja abaixo) que são consideradas para inclusão no grupo prioritário. A prefeitura ainda não chegou a divulgar a data de início da vacinação para pessoas com comorbidade. Atualmente, a campanha de vacinação na capital paranaense está focada para idosos com 71 anos ou mais. Por conta da escassez de doses, a data de vacinação para cada grupo só é divulgada a partir do momento que a prefeitura tem a vacina já em mãos.
No plano municipal, contudo, a prefeitura já indica o que cada grupo populacional, entre os prioritários, deve fazer para comprovar que atende aos critérios para a vacinação. De acordo com a prefeitura, as pessoas serão chamadas para fazer uma inscrição prévia e encaminhar documentos que comprovem que elas têm uma ou mais comorbidade. Os documentos serão analisados e, se aprovados, haverá o agendamento da vacina pelo aplicativo Saúde Já. Os documentos, ainda segundo o plano municipal de vacinação, seriam “a prescrição médica especificando o motivo da indicação da vacina, exames, prescrições de medicamentos e relatórios médicos emitidos nos últimos 90 dias”. Outros detalhes devem ser dados pela prefeitura quando houver uma data de vacinação.
No grupo prioritário do plano de Curitiba, além das pessoas com comorbidades e os idosos, estão também profissionais de saúde, indígenas, agentes funerários, equipes da FAS (Fundação de Ação Social) e da Guarda Municipal, estudantes de cursos de saúde que fazem estágios na área, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade, a população de rua, e trabalhadores essenciais, como os de limpeza pública, segurança pública, motoristas e cobradores, professores, taxistas e motoristas de aplicativos.
- Comorbidades consideradas para inclusão no grupo prioritário em Curitiba, de acordo com o plano municipal de vacinação:
- Diabetes mellitus
- Pneumopatias crônicas graves
- Hipertensão Arterial Resistente (HAR)
- Hipertensão Arterial em estágio 3
- Hipertensão Arterial em estágios 1 e 2 com lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade
- Insuficiência cardíaca (IC)
- Cor-pulmonale e hipertensão pulmonar
- Cardiopatia hipertensiva
- Síndromes coronarianas
- Valvopatias
- Miocardiopatias e Pericardiopatias
- Doenças da Aorta, dos grandes vasos e fístulas arteriovenosas
- Arritmias cardíacas
- Cardiopatias congênita no adulto
- Próteses valvares e dispositivos cardíacos implantados
- Doença cerebrovascular
- Doença renal crônica
- Imunossuprimidos
- Anemia falciforme
- Obesidade mórbida (índice de massa corpórea maior ou igual a 40)
- Cirrose hepática
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