A vacinação contra a Covid-19 começa a surgir no horizonte dos paranaenses. Nesta terça-feira (8), o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) e mais 18 governadores participaram de reunião em que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou o início da vacinação no Brasil em fevereiro de 2021, dentro do Plano Nacional de Imunização (PMI), que também vacina contra outras doenças o ano todo.
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Além disso, o próprio estado e a prefeitura de Curitiba já tomaram iniciativas por conta própria para ter doses de diferentes laboratórios. O governo do Paraná tem R$ 200 milhões reservados para a compra da vacina e de insumos: metade do orçamento do próprio estado e metade liberado pela Assembleia Legislativa dentro do quadro de emergência da pandemia. Além das doses, o recurso será destinado também à aquisição de insumos, como seringas, agulhas, refrigeradores, gelo seco, contêineres e combustível para transportar as doses. Já a prefeitura de Curitiba anunciou semana passada que tem R$ 20 milhões para a vacinação da Covid-19.
Confira abaixo como está a situação da vacina de cada laboratório no Paraná:
Pfizer
A reunião que o governador Ratinho Junior participou com o Ministério da Saúde nesta terça-feira era justamente sobre a vacina do laboratório americano Pfizer em parceria com a empresa alemã Biontech. Essa é a primeira imunização de eficiência reconhecida no mundo ocidental, que começou a ser aplicada no Reino Unido justamente nesta terça-feira.
Após pressão, o governo federal confirmou nesta segunda-feira (7) que está negociando a compra de 70 milhões de doses da vacina da Pfizer. Segundo o Ministério da Saúde, a negociação está adiantada, com previsão de assinatura do acordo até o fim desta semana. Além da compra direta, o Ministério da Saúde também deve adquirir doses da Pfizer pelo consórcio internacional Covax Facility, que atua com nove vacinas.
A vacina da Pfizer vai chegar ao Paraná pelo Plano Nacional de Imunização (PMI) do Ministério da Saúde. Portanto, ainda não está definida a quantidade de doses que viria ao estado. Uma das dificuldades da vacina da Pfizer/Biontech é o fato de que ela deve ser estocada em temperatura de -70°C.
Sputnik V
A vacina Sputnik V, do Instituto Gamaleya, do governo da Rússia, surgiu no horizonte como a primeira grande esperança de imunização no Paraná. Em agosto, o governo do estado fechou acordo com a Rússia para a realização da última etapa de testes em voluntários e para produção da vacina no Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).
A previsão era de que o Tecpar encaminhasse a documentação para validação dos testes à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em setembro, com o início dos testes já em outubro. Mas nada disso foi feito até agora e a Sputnik V não tem mais prazo nem para testes, nem para produção no estado.
Em nota, o governo do estado afirma que o processo todo atrasou por revisões no projeto feitas pelo Fundo de Investimento Direto da Rússia, órgão estatal daquele país que financiou a pesquisa da Sputinik V. “O Tecpar aguarda definição do parceiro russo sobre ações de cooperação do instituto paranaense no projeto”, aponta nota do governo.
No último sábado (7), o governo russo iniciou a vacinação com a Sputnik V com trabalhadores expostos ao coronavírus em Moscou, como profissionais de saúde, assistentes sociais e professores.
Coronavac
Curitiba foi a primeira cidade a fechar acordo com o governo de São Paulo para ter a vacina Coronavac, do laboratório chinês Sinovac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan. O acordo foi fechado segunda-feira (7), após solicitação de compra feita pelo prefeito Rafael Greca diretamente ao governador paulista João Dória.
O governo de São Paulo se comprometeu a fornecer 4 milhões de doses da Coronavac para outras regiões do Brasil. Mas ainda não ficou definido quantas dessas doses virão para Curitiba.
O município tem reservado R$ 20 milhões para compra da vacina da Covid-19. Greca já afirmou que a Secretaria Municipal de Saúde não têm preferência por nenhum laboratório. “Minha intenção é que todas as vacinas cheguem a Curitiba”, declarou o prefeito em entrevista ao jornal Meio Dia Paraná, da RPC, semana passada.
Além de Curitiba, o próprio governo do Paraná e outras prefeituras do estado podem negociar com o governo de São Paulo para ter a Coronavac. O Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em Curitiba foi um dos centros que participaram da última fase de testes da vacina no Brasil, com aplicação em 1,4 mil voluntários.
Oxford/Astrazeneca
A vacina desenvolvida pela universidade inglesa de Oxford junto com o laboratório sueco Astrazeneca é a principal aposta do Ministério da Saúde contra a Covid-19. No Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do governo federal, coordena os testes e vai produzir a vacina, que também será distribuída ao Paraná e todos os outros estados pelo Plano Nacional de Imunização (PMI).
Pelo acordo fechado entre o Ministério da Saúde, o Brasil deve receber primeiro 100 milhões de doses da vacina da Oxford. As primeiras 15 milhões de doses devem chegar entre janeiro e fevereiro.
Na sequência, com a transferência tecnológica para produção da imunização no laboratório da Fiocruz, no Rio de Janeiro, serão produzidas entre 110 milhões e 160 milhões de doses no segundo semestre de 2021. O valor do contrato do governo federal com a Oxford/Astrazeneca é de R$ 1,9 bilhão.
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