Com investimento de R$ 81,5 milhões de recursos do governo federal, o Aeroporto Regional Silvio Name Júnior, de Maringá, no noroeste do Paraná, inaugura na sexta-feira (1º de outubro) suas ampliações e modernizações e passa a ter a segunda maior pista para pousos e decolagens do estado, superando a pista principal do Aeroporto Internacional de Curitiba, em São José dos Pinhais. O presidente da República, Jair Bolsonaro, que testou negativo para Covid após viagem aos Estados Unidos, confirmou participação na inauguração, segundo o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), que é natural da cidade.
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A pista passa a ter 2.380 metros de comprimento e 45 metros de largura, 162 metros mais longa do que a faixa principal do Afonso Pena, que tem 2.218 metros. Só é menor do que a pista do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, inaugurada em abril e construída majoritariamente com recursos de Itaipu, que passou a ter 2.858 metros, e é atualmente a maior do do Sul do Brasil. O pátio do aeroporto de Maringá foi ampliado para 12 posições de estacionamento de aeronaves e o aeroporto passa a contar com o Sistema de Iluminação de Aproximação (ALS), que permite pousos mesmo em condições climáticas adversas.
As ampliações e modernizações são o sinal verde para o transporte internacional de carga. “É uma transformação em nosso aeroporto”, diz o prefeito Ulisses Maia (PSD), comemorando a possibilidade de o terminal passar a receber grandes aeronaves com lotação máxima de carga. No atendimento aos passageiros, Maringá terá voos diretos na alta temporada para Navegantes (SC), Rondonópolis e Cuiabá (MT) e Porto Seguro (BA).
Diferente de outros aeroportos, Maringá tem uma área muito grande em seu entorno, de cerca de 300 alqueires, sem nenhuma construção e reservada, o que permite que o aeroporto tenha mais ampliações. O prefeito destaca também a localização privilegiada do aeroporto.
“Estamos num entroncamento rodoviário e ferroviário, na BR 369, no acesso à Maringá, no caminho para Mato Grosso, Foz do Iguaçu e Curitiba. Essa posição estratégica permite ao aeroporto de Maringá ser um hub logístico, distribuindo cargas para várias cidades”, afirma. Maia lembra que os principais aeroportos de carga do país, Guarulhos e Viracopos, já estão com capacidade de movimentação esgotada.
No Paraná, o aeroporto Afonso Pena, na região metropolitana de Curitiba, tem terminal internacional de cargas, porém o tamanho da pista, de 2.218 metros, não permite que os aviões saiam com carga máxima e tanque de combustível cheio para chegar à Europa e aos Estados Unidos. Já o aeroporto de Foz do Iguaçu, que inaugurou nova pista em abril desse ano, tornou-se um player importante na logística aérea.
O investimento previsto para o aeroporto era de R$ 120 milhões, mas no processo de licitação, segundo o prefeito Ulisses Maia, foram economizados cerca de R$ 30 milhões. “Queremos agora negociar para que essa diferença permaneça no aeroporto e possa ser direcionada a outros investimentos, como na ampliação da estação de embarque, que é de 1996 e está defasada”, observa.
O terminal de passageiros tem atualmente 3.400 metros quadrados, capaz de atender 600 mil passageiros/ano. Para os próximos 15 anos, a intenção é ampliar para 8 mil metros quadrados para receber anualmente 3 milhões passageiros.
Ao contrário dos aeroportos de Londrina, Foz do Iguaçu e Curitiba, o aeroporto de Maringá não é administrado pela Infraero (é a prefeitura quem administra) e não entrou no pacote de concessões do governo federal. “Não houve interesse por parte da prefeitura pela concessão”, disse o prefeito. Segundo ele, o aeroporto é superavitário.
Maia não descarta a possibilidade de, no futuro, partir para um processo de concessão. “Somos procurados a todo momento, há muitos interessados, mas é preciso avaliar com muita calma e tem que ser algo que seja de interesse do município”, diz.
Aeroportos internacionais são importantes para cargas de alto valor agregado
“Aeroportos internacionais de carga são extremamente importantes para a atração de indústrias para o Paraná, bem como para atender as já existentes”, destaca João Arthur Mohr, gerente de Assuntos Estratégicos da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).
Segundo ele, existem indústrias que são muito dependentes, na importação e na exportação, de produtos de alto valor agregado. “São cargas leves, que demandam pouco espaço e, por isso, específicas para aviões”, esclarece.
Mohr cita como exemplo aparelhos eletrônicos, como celulares, chis, placas e componentes eletroeletrônicos em geral. Além disso também remédios, vacinas e matérias-primas para medicamentos.
Outro caso são os produtos perecíveis, como flores e frutas. A cooperativa Holambra, de São Paulo, por exemplo, exporta flores para a Holanda. “Muitos aeroportos do Nordeste exportam frutas diariamente para a Europa”, assinala Flávio Turra, gerente de desenvolvimento cooperativo da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). Para ele, no futuro, o agronegócio também poderá se beneficiar dos aeroportos internacionais de carga.
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