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Celular no bolso do colete salvou o cabo Osmar Wendler de tiro de grosso calibre no ataque ao quartel da PM em Guarpuava.
Celular no bolso do colete salvou o cabo Osmar Wendler de tiro de grosso calibre no ataque ao quartel da PM em Guarpuava.| Foto: Anne Wendler / Arquivo pessoal

Os dois policiais militares alvejados por tiros de grosso calibre no ataque do grupo criminoso que tentou assaltar uma transportadora de valores em Guarapuava, Centro-Sul do Paraná, na noite de domingo (17), passaram por cirurgia segunda-feira (19) e estão estáveis. Um terceiro policial chegou a ter o colete à prova de bala perfurado por um projétil no peito, exatamente na altura do coração, e foi salvo pelo celular que carregava no bolso. Nesta terça-feira (19), as forças de segurança seguem as buscas pelo bando que não conseguiu levar o dinheiro da empresa.

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Os três policiais são do Batalhão de Choque e estavam na primeira viatura atacada pelo bando na sede do 16º Batalhão. O quartel foi fortemente alvejado por tiros de fuzis e metralhadoras para impedir a saída dos policiais enquanto outra parte do grupo atacava a empresa de valores.

O policial alvejado na cabeça passou por cirurgia para retirar o projétil. Nesta terça-feira (19), ele seguia entubado na UTI, mas em quadro estável. Segundo o secretário estadual de Segurança Pública, coronel Rômulo Marinho Soares, o PM, um cabo, passa bem após a cirurgia. Mesmo assim, será transferido para Curitiba, para o Hospital Marcelino Champagnat. "Falei pessoalmente com a equipe médica que trata dele e eles me informaram que já estão reduzindo o sedativo. Mesmo assim, vamos levá-lo para Curitiba para ter um acompanhamento melhor", disse o secretário em entrevista ao jornal Meio-Dia Paraná da RPC.

Já o PM que teve fratura exposta na perna ocasionada por um disparo também passou por cirurgia e deve ter alta já na quarta-feira (20). O tiro atingiu a perna pouco acima do tornozelo.

A equipe do Choque havia acabado de jantar no quartel e foi surpreendida por criminosos em seis carros quando saía do quartel para ronda de rotina. Um dos primeiros disparos atingiu um dos policiais na cabeça. Na sequência, os outros PMs foram alvejados.

"Eles nem tiveram como reagir. Meu pai só pensou em proteger a ele e os companheiros. Assim que a viatura foi alvejada, ele não teve nem tempo de olhar para baixo e ver se estava ferido. Viu que estava respirando e só pensou em salvar os amigos", relata a psicóloga Anne Wendler, filha cabo Osmar Wendler, que estava ao volante da viatura e foi salvo pelo celular no bolso do colete.

Colete à prova de balas do cabo Osmar Wendler perfurado por tiro de fuzil: PM foi salvo por celular no bolso.
Colete à prova de balas do cabo Osmar Wendler perfurado por tiro de fuzil: PM foi salvo por celular no bolso. | Anne Wendler / Arquivo pessoal

Segundo Anne, o pai costuma levar tanto o celular quanto a carteira no bolso do colete como uma espécie de proteção extra. "Meu pai sabe que o colete não segura tiros de fuzil. Como ele é do Choque, lida com bandidos que atuam com armas de grosso calibre. Então ele dizia que deixava o celular e carteira no bolso do colete com uma espécie de proteção a mais e acabou funcionando", comemora a filha.

Só peito roxo

O cabo Wendler, que em 2022 completa 25 anos de Polícia Militar, ficou apenas com o peito roxo e dolorido pelo impacto do disparo, mas o projétil não chegou a atingir nem a farda. Ele também teve ferimentos nas duas mãos causados pelos estilhaços do vidro da viatura no tiro que atingiu o outro policial na cabeça. "Foi um milagre o celular barra a bala e não ferir meu pai", afirma Anne.

Já a viatura, relata a filha do Cabo, fiou destruída. Além de buracos de tiros e vidros despedaçados, um dos pneus foi furado por um disparo, o que dificultou a fuga dos PMs. "Nem sei como meu pai conseguiu tirar os colegas do meio daquele tiroteio e ainda levar o policial que levou o tiro na cabeça para o hospital", espanta-se Anne.

Ao tentar fugir das rajadas e dos carros incendiados na frente do quartel, a viatura do Choque chegou a cair numa valeta. O que forçou o cabo Wendler a acionar a tração 4 x 4 no meio do tiroteio para sair. Já o policial atingido na perna havia descido da viatura e foi levado para o mesmo hospital pouco depois da entrada do PM com tiro na cabeça.

"Meu pai foi um herói. Quem vê a farda dele não acredita que ele saiu vivo. Está toda cheia de sangue dos colegas atingidos. Além do celular, que ficou com a marca do tiro", finaliza Anne.

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