Polícia Civil do Paraná vai investigar limpeza digital em sistema de vigilância do local da morte de Marcelo Arruda.| Foto: Andre Rodrigues/Arquivo/Gazeta do Povo
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A 6ª Subdivisão Policial de Foz do Iguaçu recebeu, na tarde desta terça-feira (9), o ofício da Justiça que determina a abertura de um novo inquérito no caso que apura a morte do tesoureiro do PT Marcelo Arruda. A determinação do juiz Gustavo Germano Francisco Arguello é que seja investigada a “limpeza digital” feita nos registros das câmeras de segurança do salão de festas onde Arruda trocou tiros com o agente penal federal Jorge Guaranho, acusado de homicídio duplamente qualificado. Dados de acesso às imagens do local onde ocorreu o tiroteio foram apagados dois dias depois do confronto.

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O pedido por um novo inquérito foi feito pelo Ministério Público do Paraná (MPPR). No entendimento dos promotores, as novas investigações são necessárias para apurar uma eventual prática do crime de fraude processual relacionada à limpeza de registros de acesso às imagens de câmeras de segurança na data do crime.

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A Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) confirmou à reportagem que a partir do recebimento do ofício é feita a distribuição do inquérito para um delegado responsável. Esse delegado, então, determinará o início das investigações e estabelecerá o prazo para a conclusão do inquérito de acordo com a tipificação criminal.

Responsável por câmeras de segurança foi encontrado morto em Medianeira

De acordo com a Polícia Civil, uma testemunha, que tinha acesso às imagens de câmera de segurança do clube onde acontecia a festa, teria informado o policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho que o evento - uma festa de aniversário com o tema PT e Lula - estava acontecendo, antes do agente ir ao local de carro com a família.

Claudinei Coco Esquarcini era vigilante da Itaipu e diretor da Associação Recreativa Esportiva Segurança Física de Itaipu (Aresf), e foi encontrado morto no último dia 17 de julho, na cidade de Medianeira, distante 60 quilômetros de Foz do Iguaçu.

Ele é citado por testemunhas ouvidas durante o inquérito policial como sendo o responsável pela instalação do sistema de câmeras de segurança no local onde o tesoureiro do PT foi morto. Apesar disso, Esquarcini não chegou a ser ouvido pelos policiais civis durante o inquérito sobre a morte de Arruda, concluído em 15 de julho. A polícia abriu uma linha de investigação para tentar identificar se a morte de Esquarcini tem alguma relação com o crime cometido contra Arruda no salão de festas da Aresf.

De acordo com a Polícia Civil, imagens de câmeras de segurança mostram que Esquarcini estaria sozinho quando se jogou de cima de um viaduto, em Medianeira. Segundo a nota, ele teria sido socorrido com vida, mas não resistiu à queda e morreu na sequência.

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Defesa de Arruda pediu para que celular de Esquarcini fosse periciado

Em um pedido por novas diligências, protocolado pela defesa da família de Arruda junto à 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, o nome de Esquarcini aparece como suposto responsável pelo fornecimento de senhas de acesso remoto às imagens.

No pedido, os advogados pediram para que o celular de Esquarcini fosse recolhido e periciado, e que a presidência da Aresf fornecesse os dados completos de todos os diretores da associação. A justificativa, aponta a defesa da família do tesoureiro, é que a medida poderia evitar uma possível destruição de provas. "Tais imagens estavam disponíveis aos diretores da Aresf. Quem são? De que forma atuaram ou não? Partícipes ou não no fato criminoso? A quem Claudinei as disponibilizou? Quem tinhas as senhas de acesso?", questionaram os advogados.

Sesp informou que inquérito sobre suicídio está em andamento

À Gazeta do Povo, a Sesp informou, por meio de nota, que "o inquérito policial que investiga o suicídio de Claudinei Coco Esquarcini está em andamento. De acordo com a Polícia Civil do Paraná (PCPR), já foram ouvidos familiares e testemunhas e apreendidas imagens, as quais mostram que ele estava sozinho no momento dos fatos".

A pasta também confirmou que nesta semana a Justiça autorizou a Polícia Civil para que fizesse a análise dos dados do aparelho celular de Esquarcini em um laboratório próprio da Polícia Civil dentro do inquérito que investiga o caso de suicídio.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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