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Organização criminosa movimentou R$ 140 milhões, segundo o Gaeco.
Organização criminosa movimentou R$ 140 milhões, segundo o Gaeco.| Foto: Divulgação/Gaeco/MPPR

Dois policiais militares foram presos nesta semana no Paraná suspeitos de participação em um esquema criminoso milionário de conivência para não localizarem drogas ilícitas e painéis solares roubados, revendidos por uma empresa sediada em Toledo, município localizado no oeste do estado.

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Segundo as investigações, os policiais também auxiliavam na estruturação da rota de transporte dos entorpecentes que tinham como principal destino o estado do Rio de Janeiro. Durante a apuração dos fatos, que se iniciou em 2022, foram apreendidas quase 8,5 toneladas de maconha com o grupo criminoso comandado por um núcleo familiar.

O esquema foi revelado em uma megaoperação realizada na região oeste do Paraná nesta terça-feira (20). Segundo as investigações, os policiais receberam grandes volumes em dinheiro e, também, veículos como forma de propina. Os dois foram presos pela Corregedoria-Geral da Polícia Militar (PM).

Foram cumpridos 43 mandados de busca e apreensão e oito de prisão. Um empresário de Cascavel (PR) segue foragido. A operação foi comanda pelo núcleo de Cascavel do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MP) do Paraná. Houve cumprimento de mandados em Cascavel, Toledo, Medianeira (PR) e Várzea Grande (MT).

“A Operação Pôr do Sol investiga organização criminosa com atuação no transporte interestadual de grandes quantidades de substâncias entorpecentes, receptação de painéis solares oriundos de furtos e/ou roubos e lavagem de dinheiro”, informou o MP.

Os policiais presos não tiveram nomes divulgados e estão lotados no 19º Batalhão da Polícia Militar de Toledo. “Dois dos mandados de prisão foram expedidos pela Vara da Auditoria Militar e têm como alvo dois policiais militares suspeitos de corrupção para proteção dos interesses do grupo”, reforçou o MP.

Em nota, a Polícia Militar do Paraná afirmou que colabora com a investigação criminal. “A PMPR reitera seu compromisso inabalável com a lei, a ordem e a ética, e repudia veementemente qualquer comportamento contrário a esses princípios. Ações ilegais cometidas por militares estaduais não refletem os valores e o profissionalismo da corporação, que se dedica diuturnamente à proteção e ao bem-estar da população paranaense, na preservação da ordem pública e manutenção da paz social”, afirmou.

A PMPR disse ainda que a instituição vai apurar “com rigidez e transparência a conduta sob o prisma da administração militar, mediante instauração de processo administrativo, na forma da lei em vigor”.

Entre as apreensões estão valores em dinheiro vivo, sete veículos que podem ter sido usados para o transporte das cargas ilegais, bem como para o pagamento aos policiais envolvidos no esquema.

Carga de painéis solares roubados deu início à investigação

As investigações iniciaram em 2022, depois que uma carga de painéis solares foi roubada em Minas Gerais e teve como destino o oeste do Paraná. A denúncia foi formalizada ao Gaeco. A apuraçãoconfirmou que, além do roubo dos painéis solares, a quadrilha suspeita traficava grandes volumes de drogas.

As cargas eram transportadas por caminhões, muitas vezes camufladas em meio a cargas lícitas de carnes.

Por determinação judicial foram sequestrados valores, bens imóveis e veículos, além do bloqueio de ativos financeiros da quadrilha. “A organização disfarçava a origem dos valores obtidos com as atividades ilícitas utilizando contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas para a realização de transferências fracionadas feitas sucessivamente até que se chegasse à liderança da organização”, contou o MP.

Dois integrantes do grupo criminoso haviam sido presos em flagrante entre o fim de 2022 e início de 2023.

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