O governo do Paraná e o Centro Georges Pompidou confirmaram a instalação da primeira filial do museu de artes de Paris na América Latina para a cidade de Foz do Iguaçu (PR), com previsão de entrega para 2026. O acordo com um dos principais museus do mundo dedicado à arte moderna e contemporânea foi assinado pelo governador Ratinho Junior (PSD) durante a missão internacional na última segunda-feira (6), em encontro com o presidente do Pompidou, Laurent Le Bon, na capital francesa.
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Segundo informações do governo paranaense, visitas técnicas foram feitas pelos representantes do centro cultural parisiense para análise dos locais disponíveis para a instalação da primeira “antena” (como é chamada a filial de um museu) do Pompidou na América Latina, durante as tratativas com o estado iniciadas em 2020.
Existe a possibilidade da construção do museu nas proximidades da entrada do Parque Nacional do Iguaçu, onde está o principal cartão postal de Foz, as Cataratas do Iguaçu. O projeto arquitetônico será custeado pela CCR Aeroportos, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, que cedeu um terreno nas imediações do terminal para a construção do espaço cultural.
“No ano passado, a delegação visitou o Paraná para conhecer Curitiba e Foz do Iguaçu para ver os terrenos com possibilidades para instalação do museu no processo de construção de um conceito que tenha a preocupação com o território. Esse museu será instalado na Tríplice Fronteira, então nós temos características nossas, tanto do Brasil quanto da Argentina e do Paraguai”, explica a secretária estadual da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, em entrevista à Gazeta do Povo.
Segundo ela, a ideia é que o Pompidou funcione como um “ecossistema de arte integrado à nossa cultura” como vitrine para os artistas brasileiros. “Além de ser um espaço para obras do Pompidou, que é o principal acervo de arte moderna e contemporânea da Europa, o local pode dar visibilidade à produção artística no estado”, avalia.
A secretária da Cultura lembra que o protocolo de intenções para o convênio com o Centro George Pompidou foi assinado em 2022 em Foz do Iguaçu, cidade escolhida para receber o museu internacional. Depois disso, o primeiro contrato entre o governo paranaense e centro cultural parisiense foi assinado em dezembro do mesmo ano. Assim, 2023 marcou o primeiro ano do convênio com dezenas de reuniões técnicas entre as equipes da França e da Secretaria da Cultura do Paraná, que montou um grupo técnico para tratar especificamente das relações com o Pompidou. Durante a missão internacional desta semana, o aditivo contratual confirmou a escolha de Foz do Iguaçu como a nova "antena".
O Centro Pompidou de Paris é um complexo cultural efervescente que abriga biblioteca, ateliê de escultura, cinema, dança e centro de música e estudos acústicos. Foi inaugurado em 1977 e é um dos locais de encontro mais procurados por parisienses e visitantes. Além da sede francesa, o Pompidou possui “antenas”, como são chamadas suas unidades, na Bélgica, Espanha e China.
Pompidou preenche lacuna cultural no turismo de Foz do Iguaçu
O secretário de Turismo de Foz do Iguaçu, André Alliana, afirmou que a escolha da cidade como a primeira “antena” do Pompidou na América Latina amplia a atratividade regional, onde se destacam as Cataratas, a Tríplice Fronteira e a Itaipu Binacional, umas das maiores usinas hidrelétricas do planeta. Foz é o quinto destino turístico mais procurado na América do Sul.
Alliana ressalta que a chegada do museu de arte parisiense preenche uma “lacuna” de atrações culturais, sendo que a cidade apresenta muitas opções de turismo de natureza, compras e por estar localizada na fronteira com outros dois países. “Nossa perspectiva é de fortalecimento da atratividade turística, pois o Pompidou preenche essa lacuna na questão cultural e supre exatamente essa deficiência”, disse à Gazeta do Povo.
De acordo com ele, o tempo de permanência dos turistas também deve aumentar em Foz do Iguaçu após a instalação do museu francês. Nas últimas décadas, a média de um dia subiu para três dias e meio na cidade, com impactos positivos para a economia regional. “Nós queremos chegar a uma média de sete dias no futuro e atingir o objetivo de 10 milhões de turistas [por ano].”
Responsável por restauro de Notre Dame participa de evento no Paraná
A preservação do patrimônio cultural também está em pauta nas relações culturais entre Paraná e França. Em junho, Benjamin Moutoun, arquiteto chefe dos monumentos históricos de Paris e um dos responsáveis pelo projeto de restauro da Catedral de Notre Dame, estará em Antonina, cidade histórica no litoral do estado, para o primeiro Festival de Patrimônio.
Segundo o governo estadual, haverá intercâmbio entre os alunos de arquitetura do Paraná e da França para produção de estudos e projetos de restauros para oito edifícios históricos de Antonina, sob a supervisão de Mouton. O evento é promovido pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura do Paraná.
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