Sergio Moro (União-PR) acumula decisões e medidas de combate à escalada do crime organizado.| Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
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O Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa brasileira e que já figura entre as cinco maiores do mundo, planejou sequestrar e matar o ex-juiz federal e atual senador da República Sergio Moro (União-PR). Na audácia atrelada à escalada da criminalidade mundial, a facção tem avançado sobre fronteiras, fechando parcerias com máfias e até com células terroristas. E, em meio a esses planos, Moro tem representado uma pedra no sapato do bando.

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Considerada pelas forças de segurança brasileiras como uma das maiores facções no tráfico internacional de drogas, utilizando-se de estruturas como os portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR), o PCC investe para dominar toda a cadeia produtiva de drogas, como cocaína e maconha.

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O promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (Gaeco) Lincoln Gakiya tem reforçado que, nos últimos anos, o foco tem sido ampliado para aquisição de áreas e aprimoramento no cultivo e processamento da cocaína, envolvendo diretamente países como Colômbia, Bolívia e o Peru. Enquanto a maconha abastece o mercado brasileiro, a cocaína tem mercado certo em outros continentes, principalmente a Europa.

Mas onde entra Sergio Moro nesta história? Os desafetos não vêm de hoje, reconhecem as autoridades em segurança pública. Em 2009, na magistratura federal, Moro foi juiz corregedor do Presídio Federal de Segurança Máxima em Catanduvas (PR). Esta foi a primeira de cinco unidades federais para onde foram levados os principais criminosos ligados ao PCC, presos a partir dos anos 2000.

Somado a isso, Moro foi o autor, enquanto ministro da Justiça e Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro (PL), da Portaria 157/2019, que colocou fim às visitas íntimas com contato físico nas prisões federais. Mais tarde, o texto da portaria foi suprimido, porque foi incorporado à Lei Anticrimes (13.964) votada no fim de 2019, amplamente defendida por Moro.

A gota d'água avaliada pelo PCC, consideram as autoridades em segurança pública, veio ainda em 2019, durante a gestão de Moro como ministro da Justiça. Moro determinou a transferência de Marcos Camacho, o Marcola, maior líder do PCC, de um presídio estadual de São Paulo para o presídio federal de segurança máxima de Brasília. O plano para sequestro e morte de Moro foi descoberto e desarticulado após investigações do Gaeco em São Paulo, que revelaram o esquema denunciado também à Polícia Federal (PF).

Em março, uma operação prendeu parte da facção responsável pelo planejamento e articulação do crime que seria colocado em prática em 30 de outubro do ano passado, data do segundo turno das eleições, após Moro votar em Curitiba. Na última semana, novos documentos ligados à investigação revelaram que até um imóvel havia sido locado na periferia de Curitiba pelo PCC, para servir de cativeiro para o senador Sergio Moro.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]