Mesmo em meio a uma pandemia que paralisou diversos setores da economia, os portos paranaenses de Paranaguá e Antonina terminaram 2020 com uma marca inédita. Foram 57 milhões de toneladas movimentadas, o maior volume da história. A safra recorde e o câmbio favorável, aliados a outros fatores, foram os principais responsáveis por esse resultado, que abre perspectivas para um 2021 na mesma toada. A ideia é tornar os terminais cada vez mais competitivos, fazendo frente aos portos de Santos (SP), São Francisco do Sul e Itajaí (SC), principais destinos das cargas movimentadas na região.
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“Nossa missão é entregar um porto cada vez mais competitivo”, resume Luiz Fernando Garcia, diretor-presidente da Portos do Paraná, empresa que administra os terminais de Paranaguá e Antonina. Manter ou ampliar a movimentação nesses portos não depende exclusivamente da administração, mas algumas ações fazem a diferença na disputa de um mercado acirrado. A principal aposta são os investimentos em infraestrutura.
Estão previstos para 2021 os leilões de arrendamento de cinco áreas no Porto de Paranaguá. Duas delas já tiveram a consulta aberta, uma para granéis líquidos e outra para carga geral, especialmente açúcar ensacado. Em abril deve ser aberta a consulta para as outras três, voltadas a granéis sólidos. “São áreas já exploradas, mas que, com os arrendamentos, receberão novos e modernos investimentos. Isso potencializa a ocupação dessas áreas, que ganham uma capacidade instalada muito mais adequada do que têm hoje”, explica Garcia. Somente nas duas primeiras áreas, o investimento estimado é de R$ 150 milhões.
No campo da infraestrutura própria do porto, o principal projeto é a modernização e remodelação do Corredor de Exportação Leste, que deve dobrar a capacidade operacional do complexo. “Hoje temos nove terminais, cada um com uma entrada como ponto de descarga. Com essa obra, teremos um novo sistema que irá concentrar tudo em um único ponto. Isso evitará perda de tempo com manobras e diminuirá o conflito com a população urbana”, destaca Garcia. O projeto básico da obra já foi contratado.
Estado perdeu 2 milhões de toneladas de farelo de soja para Santos
Em 2021, também será dada continuidade às obras de dragagem, que possibilitarão o recebimento de navios de maior porte. “Essa dragagem vai fazer com que o porto ganhe um metro, o que representa sete mil toneladas a mais, 10% em um navio de granéis. Estaremos dando condições operacionais para que o mercado entenda Paranaguá e Antonina como atrativos”, explica o diretor-presidente, relatando que no ano passado o Paraná perdeu 2 milhões de farelo de soja para o Porto de Santos porque o terminal paulista se mostrou financeiramente mais atrativo.
Segundo Garcia, os investimentos visam justamente tornar os portos paranaenses mais interessantes e vantajosos para o mercado, tanto do Paraná quanto de estados vizinhos. “Temos grandes cooperativas no estado, reconhecidamente fortes e que estão próximas de nós. Mas se a conta se mostrar cara ou a opção catarinense for mais vantajosa, eles vão migrar para lá. Por isso, nossa preocupação é entregar um porto competitivo. Temos que estar preparados e criar um ambiente favorável a todos os atores envolvidos”, conclui.
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