Distante mais de 700 quilômetros das águas salgadas e das ondas do mar, o sol escaldante que facilmente passa dos 30ºC na temporada de verão no oeste, norte e noroeste do Paraná tem levado milhares de turistas às praias de água doce, banhadas pelo lago de Itaipu, pelo rio Paraná e em outros cantos pelo rio Paranapanema. São momentos de diversão, lazer e confraternização com a família e os amigos para quem não tem disposição, tempo e, muitas vezes, recursos financeiros para viajar longos trajetos até chegar ao litoral.
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Somadas, as praias de água doce do Paraná possuem mais de mil quilômetros, extensão bem superior, inclusive, à faixa litorânea do estado, que não alcança os 100 quilômetros. Para a temporada que se aproxima, considerando somente algumas das principais praias de água doce paranaenses, a expectativa é de atração de mais de 300 mil turistas.
“Não temos mais disposição para viajar ao litoral. Todas as vezes ficamos horas na fila para descer a serra, às vezes chegamos lá e chove, está sempre lotado. Aqui temos água quentinha, um camping grande, estrutura e gastamos menos da metade do que se fôssemos à praia de água salgada”, conta Ivone Soares, que mora em Toledo e aproveita os fins de semana para curtir o sol de Santa Helena, no oeste paranaense.
As praias artificiais da região são uma tradição na região oeste, onde pelo menos seis delas vão receber mais de 150 mil visitantes até o fim da temporada, em fevereiro de 2024. A mais agitada é a de Santa Helena, município que fica a 100 quilômetros de Foz do Iguaçu e a pouco mais de 730 quilômetros do litoral. É lá que está uma das praias artificiais mais procuradas. A base tem uma ampla estrutura para acampamento, churrasqueiras, banheiros e chuveiros quentes. No período do feriado prolongado de 12 de outubro, a área recebeu 25 mil visitantes para um acampamento religioso.
A temporada oficial 2023/24 ainda não foi aberta, explica a diretora do Departamento de Turismo do Município, Janaína Teodoro, mas o local já está preparado para os banhistas. A programação ocorre a partir de 18 e 19 de novembro, com o tradicional festival da costela assada. Churrasqueiros de todo o Brasil que queiram participar do concurso que vai entregar prêmios em dinheiro podem se inscrever pelo telefone (45) 3268-8363.
A estrutura comporta mais de 18 mil acampados com comodidade. Para quem prefere hotéis e pousadas, o município conta com cerca de 300 leitos, com destaque recente à programação voltada ao turismo rural, com destinos que costumam ficar, no máximo, a 8 quilômetros da praia.
Apesar de a temporada iniciar somente na segunda quinzena deste mês, as águas do lago de Itaipu já estão liberadas. Um ponto alto da diversão por lá será nos dias 30 e 31 de dezembro, com uma atração musical nacional ainda não divulgada, queima de fogos e shows com artistas locais. Neste período são esperados cerca de 40 mil visitantes e, na temporada toda, mais de 100 mil.
“Além de brasileiros de diversas regiões, recebemos muitos estrangeiros vindos do Paraguai e da Argentina, pela proximidade com a fronteira. Para isso temos 108 quiosques disponíveis que precisam ser reservados porque temos uma demanda muito grande”, lembrou Janaína. Ao chegar, o visitante passa pelo Centro de Apoio ao Turista, aberto todos os dias, para o pagamento das diárias que, para utilização de mesas e churrasqueiras ou para acampamento, é de R$ 38,20. O valor independe da quantidade de pessoas no grupo.
De tradição religiosa a praia artificial e parque aquático
Outro balneário de água doce disputado por turistas na região oeste paranaense fica no município de Itaipulândia, que também recebeu uma romaria de cerca de 100 mil pessoas no santuário de Nossa Senhora Aparecida em um dos principais destinos turísticos fora de Aparecida (SP) no feriado da Padroeira do Brasil.
Em Itaipulândia, a programação oficial está ativa desde 6 de outubro e os visitantes contam com a uma base preparada para a temporada com áreas para camping, banheiros e chuveiros públicos em mais de 800 metros de orla, dos quais 250 são destinados exclusivamente para banho. A Secretaria de Turismo local atualizou o tarifário de cobranças para a utilização de quiosques, churrasqueiras e instalação de barracas. Quem mora na cidade tem 50% de desconto e por lá fica proibido o acampamento na área central do terminal turístico, entre o ginásio e a administração, portanto, vedada a instalação de barraca de lona ou similares. A área disponível para acampamento está destinada à esquerda do Balneário Jacutinga e na área do bosque junto ao píer.
Antes de ocupar o espaço, o usuário precisa ir à Administração do Balneário Turístico para efetivar a locação do espaço ou realizar a locação do espaço pelo aplicativo Praiou. Apesar de o município não divulgar a estimativa de público, comerciantes locais esperam até o fim da temporada mais de 20 mil visitantes.
Outra atração na cidade é um parque aquático com piscinas, complexo de tobogãs e área ampla de lazer. Há cobrança para acesso e utilização da estrutura, por diárias e para estadia no hotel. A estrutura está numa área de 260 mil metros quadrados que conta com piscinas, hotel e centro de convenções, sendo considerado o maior parque aquático da América Latina - a apenas 70 quilômetros de Foz do Iguaçu. São duas piscinas de ondas, corredeiras de rio lento, rio selvagem, bares molhados, áreas gastronômicas, tobogãs gigantes, saunas, churrasqueiras, complexo de tênis e áreas afins.
Paraná tem opção de praias artificiais para quem procura tranquilidade com a família
Quem procura menos agito, quer se banhar nas águas do rio Paraná e curtir o sol no verão, algumas das alternativas da região são municípios bem próximos a Santa Helena e Itaipulândia, como São Miguel do Iguaçu, Entre Rios do Oeste, Missal e a praia de Porto Mendes, que fica no município de Marechal Cândido Rondon. Juntas, as cidades devem receber cerca de 60 mil turistas. O diferencial por ali são ambientes voltados às atividades com as crianças.
Em Porto Mendes, a praia não fecha ao longo do ano, não se cobra ingresso nem diária para acampar. A estrutura de camping tem recebido de 2 mil a 3 mil turistas aos fins de semana. A praia não tem abertura oficial da temporada e, segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico Valdir Port, a programação contempla atrações para toda a família. A limpeza do local é feita pela prefeitura, que mantém financeiramente as operações do local. “Além do camping temos churrasqueiras, banheiros, tudo liberado para uso. A nossa recomendação é que sejam seguidas as normas de segurança do Corpo de Bombeiros e regras para o bom convívio social, como respeito aos horários de barulho”, destacou o secretário ao lembrar que também estão disponíveis acessos para os atracadouros e playground.
Porto Rico: uma das praias artificiais mais badaladas do Paraná
O município de Porto Rico. no noroeste do Paraná, é uma das cidades com praias de águas doces mais agitadas do estado. Estruturada para receber milhares de turistas de uma só vez, o município ainda não informou a expectativa de público para a próxima temporada. No ciclo passado, em apenas uma das praias, a Secretaria Estadual do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo constatou que cerca de 50 mil visitantes passaram pelo local em 30 dias.
Com aproximadamente 28 quilômetros de margem do rio Paraná, o balneário é o segundo maior da América do Sul e conta com largura média de 1,5 mil metros, em uma área considerada ideal para a prática de esportes aquáticos. O município oferece atrativos como passeios de barcos e lanchas, mergulho e pesca esportiva. O acesso às prainhas é feito de barco.
O Corpo de Bombeiros reforça cuidados para aproveitar as atividades com segurança: não sair para nadar ou pescar após ingerir bebidas alcoólicas; não nadar após refeições de difícil digestão; cuidar das crianças, acrescentando identificação nos punhos dos pequenos e jamais deixá-las sozinhas na areia ou na água; utilizar áreas liberadas para banho e nunca ultrapassar pontos identificados com bandeiras vermelhas ou pretas; procurar locais com salva-vidas; ingerir líquido periodicamente para manter a hidratação; abusar do protetor solar e não se expor ao sol em horários de pico.
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