O presidente da Companhia Paranaense de Energia (Copel), Daniel Slaviero, afirmou na manhã desta sexta-feira (16) que trabalha com o prazo para concluir o processo de venda das operações da Copel Telecom até março de 2020. A declaração foi feita durante conferência de apresentação dos resultados do 2º trimestre de 2019 com investidores.
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Ainda na conferência, Slaviero disse que o processo tem seguido o planejamento da empresa, lembrando que em julho contratou o Banco Rothschild e o escritório de advocacia Cescon Barrieu para atuarem como assessores financeiro e jurídico em estudos relacionados à venda da subsidiária que fornece internet por fibra óptica.
Mas, embora o executivo trate a privatização como certa, o projeto enfrenta resistência. Como implica em perda de controle por parte do estado, a venda de ativos da Copel precisa de autorização da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), onde recebe críticas desde que o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) confirmou a intenção de realizar a operação, no início do ano.
Em levantamento feito entre abril e maio pela Gazeta do Povo, dos 54 deputados estaduais paranaenses, 12 se declararam contrários à privatização da Copel Telecom – além da bancada de oposição, há no grupo membros da base de apoio ao governo, como o correligionário de Ratinho Junior, Cobra Repórter (PSD).
Dos nove que se disseram favoráveis, cinco afirmaram ter ressalvas. Apenas Homero Marchese (Pros), Elio Rusch (DEM), Nelson Justus (DEM) e Reichembach (PSC) afirmaram apoiar a proposta sem ressalvas. Os 33 restantes não responderam ou disseram não saber responder. Confira o levantamento completo.
Telecom tem alta em receita, mas queda em lucro líquido
A intenção da Copel com a operação é manter apenas os ativos voltados ao setor de energia – a Compagas, subsidiária que atua no setor de fornecimento de gás, também está nos planos de desinvestimento da empresa. A companhia teria avaliado a Telecom em R$ 1,3 bilhão, segundo o jornal Valor Econômico. Oficialmente, a Copel não confirma o número.
Presente nos 399 municípios do Paraná com 34,2 mil quilômetros de cabos de backbone e backhaul, a Copel Telecom teve crescimento de 2,3% em receita no primeiro semestre de 2019 em relação ao mesmo período do ano anterior, saltando de R$ 212 milhões para R$ 216,9 milhões no período.
Apesar disso, houve queda de 81% no lucro líquido no mesmo intervalo – de R$ 22,6 milhões para R$ 4,3 milhões. Considerando apenas o segundo trimestre, o indicador caiu 95% em relação ao mesmo período de 2018.
Na divulgação de resultados para investidores, a empresa diz que a redução expressiva é consequência de um processo de reestruturação interna que impactou negativamente nos recursos provenientes da prestação de serviços para empresas do próprio grupo. Além disso, segundo a Copel, houve aumento na rubrica ‘outros custos e despesas operacionais’, reflexo de desativações de infraestruturas de clientes, e elevação de despesas com encargos sobre dívidas.
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