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Houve crescimento no percentual de multas de trânsito cometidas por motociclistas.
Houve crescimento no percentual de multas de trânsito cometidas por motociclistas.| Foto: Albari Rosa / Foto Digital/Gazeta do Povo

Nos últimos doze meses a participação das motocicletas na frota paranaense de veículos automotivos saltou de 9% para 11% do total. E as altas sucessivas da gasolina no início de 2022 aceleraram uma tendência que já vinha acontecendo na pandemia, provocando uma corrida dos paranaenses para comprar motocicletas.

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"Hoje, 168.299 motocicletas compõem a frota da cidade. São 4.386 a mais do que no ano passado", aponta a tenente Fernanda Andrade, do BPTran. Um salto significativo no emplacamento de motos aconteceu nas últimas semanas, devido às altas dos combustíveis. Dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) mostram que, de fevereiro para março, as vendas cresceram 35,7%. Como resultado, 4.532 motocicletas foram emplacadas somente no último mês no estado.

A aplicação de multas acompanhou a expansão da frota. Entre janeiro e março de 2021, 8.540 infrações foram registradas em Curitiba. Dessas, 25% foram cometidas por motociclistas. Em 2022, no mesmo período, esse percentual saltou para 28% dentro de um total de 7.601 multas de trânsito.

Pandemia e gasolina impulsionam vendas de motos

A pandemia aumentou o mercado de serviço de entregas. A crise econômica e o desemprego colocaram mais pessoas para exercer esse trabalho. Outro motivo que levou a uma maior procura por motocicletas, especialmente no último mês, foi a alta da gasolina.

De acordo com o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Estado do Paraná (Paranapetro), entre janeiro e março deste ano, a Petrobras realizou 15 altas nos preços da gasolina nas refinarias. Consequentemente, ficou mais caro abastecer, e isso ajuda a disparar as vendas de motocicletas, um modal mais econômico que o carro.

O especialista em trânsito Cassiano Ferreira Novo afirma que essa procura por motos cresce em momentos de crise. “Enquanto um automóvel na área urbana faz em média 13 km por litro, uma motocicleta faz 42 km, gerando quase 3 vezes mais economia. Algumas motocicletas chegam a fazer 55 km por litro na área urbana”, explica.

Vendas de motocicletas sobem em todo o Paraná

As circunstâncias contribuem para um movimento de compras em todo o estado. Segundo a Fenabrave, de março de 2021 para março de 2022, houve um crescimento de 51,6% nas vendas de novas motocicletas no Paraná.

Parte desse aumento aconteceu no começo deste ano. De fevereiro para março, o salto foi de 35,7%. Como resultado, 4.532 motocicletas foram emplacadas no último mês no estado.

Motociclistas são as principais vítimas de acidentes no PR

Como consequência dessa maior presença de motos nas ruas, o especialista Ferreira Novo prevê a necessidade de maior cuidado nas vias. "O grande impacto está na violência do trânsito. Principalmente porque motociclistas são o grupo que mais se envolve em sinistros de trânsito em Curitiba, com ferimentos graves, mortes e sequelas permanentes", aponta. "Também é importante falar na perda do poder aquisitivo das famílias dos motociclistas envolvidos em acidentes", finaliza.

O boletim do Batalhão de Polícia de Trânsito confirma a preocupação: no último ano, os condutores de motocicletas foram as principais vítimas fatais. Dos 47 óbitos em Curitiba, 30 eram condutores de motos.


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